A melhor forma de fornecer alimentos de qualidade ao rebanho, é a pastagem em seu pleno desenvolvimento, bastando apenas, a complementação de ração para uma maior produtividade. Porém, no decorrer do ano as variações climática e temporal que ocorrem ao longo do ciclo das culturas dificultam a produção de alimentos. Seca, excesso de chuva, geada, alta temperatura, praga, doença, problema no plantio, enfim, quem produz a céu aberto conhece bem essa realidade. Buscando uma solução para esse problema, o produtor há muito tempo passou a conservar os seus alimentos para o rebanho em forma de silagem ou feno, para posteriormente utilizar em épocas de escassez.
Apesar de problemas climáticos, como chuvas durante na fenação ou seca na lavoura de milho para silagem que afetam a qualidade da produção final, temos uma produção excessiva de forragem em determinadas épocas do ano em nossas pastagens que poderiam ser utilizadas na armazenagem, porém, são perdidas, simplesmente por não realizar-se um planejamento. “Temos capacidade de produzir pastagens, tanto no inverno, quanto no verão, de forma ininterrupta”, é o que afirma o Eng° Agrônomo da COTRJUI, Alberto Rosseto.
Normalmente, o produtor dedica uma parte da propriedade para a produção de alimento para o rebanho leiteiro. Como essa mesma área é utilizada no verão e no inverno, há uma grande variação de produção de matéria seca entre as pastagens. Durante o verão, a produção chega a ser o triplo da constituída no inverno e, se não for subutilizada, há um desperdício de matéria. Dessa forma, como a produção é muito maior que o consumo e os animais não conseguem consumir todo o pastejo, há um envelhecimento da pastagem e o aparecimento de pragas.
Quando manejado adequadamente, a sobra de pastagem de verão pode constituir uma excelente fonte de material a ser colhido e conservado com baixo custo de produção. “Somente pra comparar, atualmente nós temos o custo de matéria seca de silagem em torno de R$ 0,20/Kg, já um pré secado de azevém ou aveia em torno de R$ 0,31/Kg. Ou seja, no inverno é mais alto o custo de produção. O mesmo vale para o tifton, aveia de verão, sorgo e milheto, que fica em média R$ 0,15/Kg. Dessa forma, é possível rever estratégias de produção e estocagem de forragem, buscando direcionar para o verão e planejando, inclusive, um aumento de área e cultura para esse fim”, avalia Rosseto.
Além de um menor custo de produção do leite, através do armazenamento da produção de verão, teremos um alimento mais barato com maior rentabilidade. Devemos buscar também uma melhor utilização das pastagens, induzindo à uma maior produção vegetativa e com cortes mais frequentes, buscando uniformizar a altura para produção de forragem. Ainda, teremos também um aumento, nesse tipo de manejo, no tempo de utilização do pasto e com isso ganhamos uma maior qualidade nutricional da pastagem, além de uma maior produção de leite por animal e por área.
A região noroeste do estado do RS é favorecida em termos climáticos, e o verão é o período mais produtivo para forragem. “Devemos reavaliar a produção de forragem no verão, partindo não só da silagem de milho, como também nas pastagens como uma grande fonte de fornecimento de forrageiras a ser estocadas”, finaliza Rosseto.