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07h13

A HORA DE IRRIGAR O RIO GRANDE É AGORA

As previsões, infelizmente, indicam que El Niño não se confirmará no Rio Grande do Sul nesta safra. A chuva tende a ser “normal”, o que, na prática, significa que há cerca de 70% de chance de ocorrer algum tipo de estiagem.

Apesar disso e das perdas repetidas e alarmantes de safras de grãos, leite e carne, ainda há quem duvide da necessidade de investir em irrigação. Desde 1985, acumulamos perdas ao redor de 50 milhões de toneladas de grãos. Perdemos 10 safras inteiras de milho em 27 anos! Comprova-se a máxima popular no meio rural: “o produtor lucra numa safra, empata na outra e, na terceira, perde o que ganhou”. O impacto é geral em nossa economia, pois quando o PIB primário vai mal, crescemos menos que o País.

Se tivesse sido investido em irrigação apenas 10% desta perda bilionária, já teríamos cerca de um milhão de hectares irrigados em nossas coxilhas riograndenses de solos promissores, mas que nem sempre conseguem disponibilizar água às plantas na quantidade e na hora certas. Porém, ainda sequer chegamos a irrisórios 100 mil hectares! Em função disso, temos que importar mais de dois milhões de ton/ano de milho para alimentar suínos, aves e parte do rebanho de gado de leite e de corte. Cenário inaceitável num Estado onde chove o equivalente a uma altura de 1,6 metros de água por ano!

O Governo do Estado não olha o quadro passivamente: em 2012 criou o maior programa de apoio à irrigação do Brasil, o “Mais Água, Mais Renda”. Nele, os produtores de todos os tamanhos dispõem não só de licença ambiental simples e rápida, mas também de subvenção financeira que varia de 30% a 12%. O governador Tarso Genro, ao verificar que só na importação de milho as perdas anuais de ICMS passam de R$ 100 milhões/ano, não hesitou em disponibilizar estas significativas subvenções aos irrigantes. O programa trabalha por dentro de linhas de crédito conhecidas (Pronaf, Pronamp, PSI e Moderinfra) e conveniou com 15 instituições, possibilitando que os projetos sejam elaborados numa ampla rede pública e privada. A licença ambiental e a outorga da água são obtidas com simplicidade, via digital . Acreditamos que este programa tem tudo para dobrar a área irrigada até o final de 2014, quando pretendemos atingir cinco mil contratos.

Por fim, mostrando seu caráter inovador, o “Mais Água, Mais Renda” autorizou recentemente o financiamento de uma plantadeira chamada de “microcamalhoneira”, desenvolvida pelo IRGA e que permite semear soja, milho e outros grãos, drenar o excesso de água e, numa eventual estiagem, irrigar por sulcos as lavouras. Isso poderá ampliar a renda do orizicultor e promover a desejável rotação de culturas nos mais de 3 milhões de hectares de várzeas gaúchas. Além disso, e não menos importante, ao aproveitar toda a infraestrutura de irrigação já existente, ampliará a fronteira agrícola no Estado ao permitir ocupar uma parte desta área outras lavouras que não apenas o arroz.

Por todos estes motivos, com absoluta convicção, evocamos outro dito popular: não deixemos para amanhã o que pode e deve ser feito hoje! Ou seja: a hora de irrigar é agora!
Fonte: Engenheiro Agrônomo, Doutor em Solos e Secretário em Exercício da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio ,Claudio Fioreze.

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