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17h01

ANÁLISE DO MERCADO DO TRIGO

Comentários referentes ao período entre 23/11/2012 a 29/11/2012

As cotações do trigo em Chicago terminaram a semana (29/11) em US$ 8,69/bushel, em aumento sobre os US$ 8,47 do dia 23/11.

O mercado tritícola mundial continua pressionado pelas quebras em algumas importantes regiões produtoras, além de problemas que começam a surgir na atual safra estadunidense do cereal.

Por sua vez, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, no ano comercial 2012/13, iniciado em 1º de junho, fecharam a semana do 15/11 em 635.400 toneladas, contra apenas 314.600 toneladas na semana anterior. O crescimento teria sido de 74% em comparação a média das quatro semanas anteriores (cf. Safras & Mercado). O maior comprador individual foi o Japão, com 118.900 toneladas.

Já as inspeções de exportação estadunidenses bateram em 213.306 toneladas na semana encerrada em 22/11. No acumulado do ano comercial o volume inspecionado é de 12,1 milhões de toneladas, contra 14,1 milhões registrados em igual período do ano anterior.

Por outro lado, na Argentina, a colheita teria alcançado a 18% da área, estando um pouco atrasada neste final de novembro. A área total a ser colhida está estimada agora em 3,56 milhões de hectares, ou seja, com um recuo de 23,1% sobre o ano anterior.

No mercado mercosulino os preços do trigo continuam em alta diante das frustrações da última safra, confirmadas agora igualmente na Argentina. Assim, no Up River argentino o valor FOB de compra ficou em US$ 345,00/tonelada. Em Baia Blanca, onde não haveria disponibilidade do produto, o preço ficou em US$ 350,00/tonelada na compra. No Uruguai, com alta de 1,4% sobre o mês anterior, a tonelada alcançou a US$ 335,00, enquanto no Paraguai a mesma atingiu a US$ 320,00 para compra. Já o trigo para exportação no Brasil esteve indicado a US$ 330,00/tonelada FOB.

Aliás, no Brasil o mercado se dividido em duas partes, fato que deverá perdurar. De um lado, existe pouca liquidez junto ao produto de qualidade superior, já que há pouca oferta deste produto. Seus preços se mantêm elevados, com o balcão gaúcho atingindo a média de R$ 30,73/saco nesta última semana de novembro. Enquanto isso, os lotes, especialmente no Paraná, voltaram a gravitar ao redor de R$ 700,00/tonelada. Diante da baixa qualidade geral do trigo nacional, muitos moinhos já fazem pressão para baixas de preços, mesmo do produto superior.

A colheita no Rio Grande do Sul ultrapassa os 80%, com cada vez mais produto de qualidade inferior. Estimativas de Safras & Mercado vão confirmando nossos alertas anteriores de que a quebra era considerável. As mesmas já indicam perdas de 40% em volume, faltando ainda contabilizar a perda real em qualidade. Nesse sentido, a produção final gaúcha ficaria em apenas 1,6 milhão de toneladas. No Paraná, onde somente em área o recuo foi de 27%, devido aos bons preços do milho safrinha, houve igualmente quebras, porém, bem menos intensas do que no Rio Grande do Sul. Assim, o Paraná acabou ficando na liderança da produção nacional do cereal, mais uma vez, apesar da forte redução de área. No total, diante destes novos números, e de uma quebra de 50% contabilizada em Santa Catarina, a produção nacional de trigo, neste ano, não deve ser maior do que 3,8 a 4,0 milhões de toneladas, como já havíamos avançado em comentário passado.

Em termos de importação, diante das altas de preços igualmente no Mercosul, o Brasil chegou a importar trigo dos EUA em outubro. Porém, o produto foi de menor qualidade do que o argentino.

Em termos médios, os lotes no interior fecharam a semana e o mês de novembro valendo ao redor de R$ 620,00/tonelada para o produto superior, enquanto no Paraná os mesmos atingiram valores entre R$ 665,00 e R$ 675,00/tonelada, havendo picos de até R$ 710,00 para venda na região de Ponta Grossa. No Rio Grande do Sul, mesmo o produto para ração, com PH 73, tem conseguido embarques a valores em torno de R$ 600,00/tonelada.

Enfim, na paridade de importação, o trigo argentino, estando cotado, a R$ 350,00/tonelada FOB nos portos, ao se incluir as despesas de transporte e comercialização, e o câmbio de R$ 2,09, o produto chega CIF moinhos paulistas a R$ 849,00/tonelada. Isso indica que o produto do norte do Paraná poderia ser vendido a R$ 738,00/tonelada. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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