Comentários referentes ao período entre 23/11/2012 a 29/11/2012
As cotações do milho, em Chicago, subiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (29) a US$ 7,51/bushel, após US$ 7,60 na véspera e US$ 7,45 no dia 23/11.
A sustentação de Chicago nos atuais níveis, que já dura um bom tempo, se deve a forte quebra na safra recentemente colhida nos EUA e a continuidade de exportações importantes por parte deste país. Com isso, os estoques futuros diminuem em projeção, preocupando o mercado. Afinal, o único ofertante de milho, com certa folga, hoje no mundo é o Brasil.
Assim, as exportações de 769.800 toneladas registradas há duas semanas pelos EUA surpreenderam o mercado, que esperava um volume bem menor. Já as vendas externas desta última semana, acabaram ficando aquém do esperado, ao registrarem somente 404.003 toneladas.
Por sua vez, a tonelada FOB na Argentina e no Paraguai terminou a semana valendo, respectivamente, US$ 300,00 e US$ 165,00.
Enquanto isso, no Brasil, onde as exportações permanecem elevadas, os preços sobem, já que a demanda interna se mantém igualmente firme. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 28,40/saco, enquanto os lotes bateram em até R$ 35,25/saco no Planalto. Nas demais praças do país, os lotes oscilaram entre R$ 19,75/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 35,50/saco em Chapecó (SC).
Segundo Safras & Mercado, nesse contexto as exportações seguem com a preferência do produtor, já que o câmbio extremamente valorizado nas últimas semanas aponta para isso.
De fato, com 1,6 milhão de toneladas já nomeadas para dezembro, as exportações brasileiras devem continuar avançando para um recorde histórico, apesar das dificuldades portuárias para os embarques. Espera-se que novembro tenha terminado com 3,5 milhões de toneladas exportadas. Nesse sentido, o mercado já começa a sinalizar uma situação ainda difícil para o primeiro trimestre de 2013, pois a colheita da nova safra, estando atrasada, somente entrará no mercado em março próximo. Até lá, a pressão altista no mercado interno, mesmo com importante presença de triguilho, deverá continuar. Aliás, neste ano o processo se desenha diferente. Ao invés do triguilho puxar para baixo os preços do milho, é esse cereal que vem puxando para cima os valores pagos pelo triguilho.
Assim, chegamos ao último mês do ano com exportações muito firmes, que escoam grande parte do excedente da safrinha recorde do Centro-Oeste, sobrando pouco produto para abastecer suficientemente o Sudeste e parte do Sul brasileiro.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 52,30/saco para o produto dos EUA e R$ 45,10/saco para o produto da Argentina, ambos para novembro. Já para dezembro, o produto argentino manteve o mesmo preço. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 35,66/saco para novembro; R$ 35,56 para dezembro; R$ 35,60 para janeiro; R$ 35,30 para fevereiro; R$ 34,97 para março; R$ 33,90 para abril; R$ 33,70 para maio; e R$ 31,38/saco para setembro/13.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.