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07h57

FECOAGRO TEME DIFICULDADES NO ESCOAMENTO CASO SE CONFIRME PRODUÇÃO DE 28 MILHÕES DE TONELADAS, COMO ESTIMA A CONAB

Os custos com a produção agrícola aumentaram, ao mesmo tempo em que a expectativa é de que a safra 2012/2013 de soja, milho e arroz seja bem melhor que a do último plantio, prejudicada pela seca do verão passado. No próximo ano, a aposta é de condições climáticas mais favoráveis, alcançando o patamar previsto pela Conab, de 28 milhões de toneladas colhidas no Rio Grande do Sul. Diante deste cenário, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro/RS) divulgou estudo que prevê um possível apagão logístico decorrente do aumento da safra.

“No caso do milho, o plantio supera 70%, e no caso do trigo, mais de 70% está colhido”, afirmou o presidente da entidade, Rui Polidoro Pinto. Segundo ele, mesmo com a expectativa de melhores resultados, o setor teme o apagão logístico, diante da nova legislação dos motoristas de caminhão e da falta de infraestrutura nos portos brasileiros, refletindo em aumento do gasto com o frete, que poderá impactar nos custos finais aos produtores. “Consequentemente, os preços podem ficar mais caros ao consumidor”, sentenciou.

Segundo o estudo, coordenado pelo economista Tarcísio Minetto, o cenário é mais favorável à soja do que ao milho. Ele observou que, apesar da boa perspectiva de rentabilidade para ambas as culturas pela cotação no mercado internacional, os custos de produção devem avançar acima da inflação. O maior impacto foi causado pelo aumento do preço dos insumos, principalmente os fertilizantes, que estão em torno de 20% mais caros. “No caso da soja, a alta dos custos foi de 17% em relação à safra passada. Para quem planta milho, esse ônus foi de 14% a mais que a última safra, e o ajuste do trigo foi de 6,5%”, resumiu o técnico.

Outros insumos tiveram seus preços elevados em função do aumento do preço das commodities. “Mesmo assim, o percentual de valorização das commodities foi superior ao aumento de custo, o que é uma boa notícia aos produtores.” Isso fez com que os agricultores optassem por aumentar a área de plantio de soja, em detrimento do milho, uma vez que a expectativa de rentabilidade do primeiro produto supera a do segundo. No caso da soja - cujo valor da saca em outubro foi de R$ 66,53 - o custo de produção do mesmo foi de R$ 38,43 - possibilitando uma margem de lucro de 73,12%. “Em 2011, a margem de lucro para quem plantou soja era de 26,82%”, comparou Polidoro. Ele destacou que, se a próxima colheita for boa, mantidos os patamares de preços atuais, pode-se ter resultado recorde no final da nova safra.

Minetto lembrou que na safra anterior essa expectativa era inversa, sendo mais proveitoso apostar no milho. No entanto, para a colheita de 2012/2013 a previsão é de que para cada saco de milho (cujo preço de venda do produtor gira em R$ 28,33), os custos sejam de R$ 22,61 - com margem de lucro em 25,3% (em 2011, este índice foi de 30,06%). Em relação ao trigo, mesmo com aumento do preço do cereal em 23,24% em um ano, o quadro ainda é de rentabilidade negativa, devido às geadas tardias nas lavouras que geraram prejuízos aos agricultores.

Fonte: Jornal do Comércio

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