Comentários referentes ao período entre 02/11/2012 a 08/11/2012.
As cotações do milho em Chicago pouco se movimentaram nesta semana, registrando pequeno recuo, quando o fechamento do dia 05/11 veio a US$ 7,35/bushel. Todavia, o fechamento da quinta-feira (08/11), antecedendo o dia do anúncio do relatório de oferta e demanda do USDA, melhorou um pouco, ficando em US$ 7,41/bushel.
O mercado espera que o relatório desta sexta-feira (09) indique um volume final de colheita ao redor de 270 milhões de toneladas, contra 271,95 milhões em outubro passado e 313,91 milhões de toneladas colhidas em 2011. Para os estoques finais em 2012/13, o mercado espera agora um volume de 16,13 milhões de toneladas, após indicações de 15,72 milhões em outubro e 25,1 milhões efetivamente realizados um ano antes.
As principais preocupações agora se deslocam para o clima sul-americano, onde notícias dão conta de que haveria 14 milhões de hectares alagados na Argentina, após as chuvas de outubro. As perdas seriam severas no trigo, podendo atingir o milho recentemente semeado. Todavia, as chuvas diminuíram nesses primeiros oito dias de novembro, inclusive no sul do Brasil, se deslocando para o Centro-Oeste brasileiro, o que é positivo.
Paralelamente, nos EUA, as exportações da semana anterior chegaram a 373.512 toneladas. Ao mesmo tempo, a reeleição de Obama eliminou as incertezas políticas do mercado, diante da possibilidade da oposição ganhar as eleições do dia 06/11. Isso deu tranqüilidade ao mercado, pois as políticas de consumo do etanol de milho estariam mantidas.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana respectivamente em US$ 290,00 e US$ 155,00. Nota-se uma constante elevação nos preços argentinos nas últimas semanas.
Enquanto isso, no Brasil, os preços locais se mantêm firmes. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 28,00/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 33,50 e R$ 34,00/saco no Estado. Nas demais praças do país, os lotes oscilaram entre R$ 18,00/saco em Sorriso (MT) e R$ 34,75/saco em Videira e Concórdia (SC).
O principal motivo desta firmeza nos preços do milho está nas elevadas exportações nacionais do cereal, a partir da quebra significativa na safra dos EUA. Nesse sentido, as vendas externas de milho brasileiro, em outubro, fecharam em 3,66 milhões de toneladas, acumulando no ano comercial, iniciado em 1º de fevereiro, um total de 12,2 milhões de toneladas. Para novembro a expectativa é de exportações entre 2,5 e 3 milhões de toneladas. Nesse contexto, o total do ano comercial 2012/13, a ser encerrado em 31 de janeiro, poderá ser ainda maior do que o ultimamente projetado. Já se espera um volume extraordinário entre 18 e 20 milhões de toneladas. Em isso acontecendo, será difícil assistir a recuos de preços no milho brasileiro, pelo menos até março, quando a nova colheita inicia. Colheita esta que já está climaticamente abalada em algumas regiões do país.
Entretanto, um fator novo surgiu nas últimas semanas e que pode alterar o raciocínio acima. A forte quebra na safra de trigo nacional, em especial no Rio Grande do Sul, levando a uma grande oferta de triguilho para ração animal. O volume disponibilizado até o final de novembro deste produto irá ditar, no curto prazo, o comportamento dos preços do milho no sul do país, podendo muito bem os mesmos serem puxados um pouco para baixo.
Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 49,32/saco para o produto dos EUA e R$ 42,65/saco para o produto da Argentina, ambos para novembro. Já para dezembro, o produto argentino ficou em R$ 42,90/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou R$ 34,03/saco para novembro; R$ 34,18 para dezembro; R$ 34,11 para janeiro; R$ 33,98 para fevereiro; R$ 34,26 para março; R$ 33,90 para abril; R$ 33,55 para maio; e R$ 30,51/saco para setembro/13.
Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período de 12/10 a 08/11/2012.