Comentários referentes ao período entre 02/11/2012 a 08/11/2012.
As cotações da soja voltaram a recuar durante esta semana Após bater em US$ 15,04/bushel no dia 05/11, o primeiro mês cotado em Chicago fechou a quinta-feira (08/11) em US$ 14,99/bushel.
A proximidade do novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 09/11 (analisaremos o mesmo em nosso comentário da próxima semana), com a expectativa de correção para cima da safra e dos estoques finais dos EUA, associado ao retorno das chuvas no Centro-Oeste brasileiro e do avanço do plantio na América do Sul deram o tom ao mercado. A reeleição do presidente Obama, por sua vez, tranqüilizou os investidores e o mercado em geral.
Enquanto isso, os embarques semanais de soja, por parte dos EUA, na semana encerrada em 01/11, chegaram a 1,62 milhão de toneladas, acumulando desde 1º de setembro um total de 10,06 milhões de toneladas, contra 7,08 milhões um ano antes.
A colheita nos EUA, no dia 04/11, alcançava 93% da área, contra 86% na média histórica. Enquanto isso, a estimativa do mercado para os números que sairão do relatório deste dia 09/11 é de uma produção final estadunidense em 78,7 milhões de toneladas, contra 77,8 milhões em outubro e 84,2 milhões efetivamente colhidas em 2011. Para o milho as mesmas indicam um volume final de 270 milhões de toneladas, contra 271,95 milhões em outubro passado e 313,91 milhões de toneladas colhidas em 2011. Para os estoques finais em 2012/13, o mercado espera agora 3,62 milhões de toneladas para a soja, contra 3,54 milhões em outubro e 4,6 milhões registrados no final do ano anterior. Para o milho, o volume seria de 16,13 milhões de toneladas, após indicações de 15,72 milhões em outubro e 25,1 milhões efetivamente realizados um ano antes.
Na Argentina, o excesso de chuvas de outubro estaria levando o mercado a prever quebra de 10% na safra de soja. Consideramos muito prematuro tal projeção dado o fato de que os argentinos semeiam mais tarde o produto e o replantio pode facilmente ocorrer, apesar da crise em que vive o país vizinho. Já para o milho, os mais pessimistas chegam a avançar uma quebra entre 7 e 10 milhões de toneladas na Argentina devido ao mesmo motivo.
Os prêmios nos portos brasileiros terminaram a semana com prêmios entre 18 e 37 centavos de dólar por bushel, para março próximo. Na Argentina, em Rosário, os prêmios oscilaram, para abril, entre zero e menos 5 centavos de dólar por bushel.
No mercado brasileiro, os preços se mantiveram estáveis a um pouco mais elevados. O balcão gaúcho fechou esta primeira semana de novembro com R$ 66,15/saco na média. Os lotes giraram entre R$ 75,00 e R$ 76,00/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 69,35/saco em Sapezal (MT) e R$ 78,00/saco em Cascavel (PR).
O plantio no Brasil chegava a 42% no dia 1º de novembro, sendo 11% no Rio Grande do Sul, 66% no Paraná, 62% no Mato Grosso, 69% no Mato Grosso do Sul, 29% em Goiás, 34% em São Paulo, 18% em Minas Gerais, 5% na Bahia, 33% em Santa Catarina. Em relação ao ano passado, o mesmo continua atrasado. (cf. Safras & Mercado)
Paralelamente, projeta-se que o Brasil exporte 31,3 milhões de toneladas de grãos de soja em 2012. Em farelo, o número é de 13,2 milhões de toneladas e em óleo de soja 1,65 milhão de toneladas. Para 2013, com a melhoria da safra (é o que todos esperam) a exportação poderá chegar a 37,5 milhões de toneladas em grãos de soja, 15,6 milhões em farelo e 1,75 milhão de toneladas em óleo de soja.
O maior comprador brasileiro de soja tem sido a China. O país asiático compraria, em 2012, um total de 22,1 milhões de toneladas ou 70,9% de todas as vendas de soja realizadas.
Em termos de preços futuros, o Paraná praticou, para março, um valor de US$ 32,00/saco no porto. No Rio Grande do Sul, o interior consolidou compra a R$ 63,00/saco para maio. Em Rondonópolis (MT), para março, o saco ficou em R$ 54,00/saco. Em Goiás o valor foi de US$ 28,00/saco para fevereiro/março, enquanto no Distrito Federal o saco esteve a R$ 56,50 para abril. Em Minas Gerais, valor de R$ 57,50 para abril, enquanto na Bahia o saco ficou em US$ 27,00 para maio. No Maranhão, a região de Balsas bateu em R$ 55,00/saco, também para maio. No Piauí, valores de R$ 56,00 para junho, e no Tocantins o saco bateu em R$ 54,00 em maio.
Já na BM&F/Bovespa, o contrato março/13 fechou a semana em US$ 32,25/saco, enquanto o contrato maio ficou em US$ 31,19/saco.
Enfim, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 906.900 toneladas de soja em grão em outubro. Esse volume é 46,1% menor do que setembro. Mesmo assim, o volume total do ano deverá superar o de 2011.
Reprodução
Abaixo seguem os gráficos da variação de preços da soja e seus derivados no período de 12/10 a 08/11/2012.