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10h43

ANÁLISE SEMANAL DO MERCADO DA SOJA

Comentários referentes ao período entre 26/10/2012 a 01/11/2012.

Chicago fechou a quinta-feira (01), antes do feriado brasileiro, em US$ 15,58/bushel, acusando um pequeno aumento em relação aos dias anteriores, porém, ficando abaixo dos US$ 15,64 de uma semana antes, porém, um pouco melhor do que a média de outubro, que foi de US$ 15,39/bushel.

O mercado, nesse momento, é influenciado por três situações: 1) a especulação financeira diminuiu de ritmo esperando o resultado das eleições presidenciais nos EUA, previstas para o dia 06/11; 2) a safra dos EUA está praticamente no final, com a confirmação de quebra, porém, menor do que o inicialmente esperado (novos números oficiais virão com o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para esta primeira quinzena de novembro). A pouca oferta estadunidense, mesmo assim, diante de uma demanda firme, mantém as cotações elevadas e assim deverá ser até se definir a safra sul-americana; 3) o início do plantio da safra da América do Sul, apesar de problemas climáticos em algumas regiões brasileiras, especialmente o Centro-Oeste e Nordeste, confirma a tendência de uma área recorde a qual poderá levar a uma produção recorde igualmente, sinalizando queda de preços no médio e longo prazo, salvo se houver problemas climáticos novamente nessa região do mundo.

Dito isso, os registros de exportação, por parte dos EUA, indicaram que na semana encerrada no dia 18/10 os mesmos atingiram a 522.200 toneladas, ficando abaixo do esperado pelo mercado. Já os embarques de soja pelos EUA, na semana encerrada em 25/10, ficaram em 1,72 milhão de toneladas, acumulando no atual ano comercial um total de 8,4 milhões de toneladas, contra 5,7 milhões no mesmo período do ano anterior. Ou seja, temos aí a confirmação de que, mesmo diante de uma safra menor, os EUA estão exportando mais, fato que reduz drasticamente seus estoques finais.

Pelo lado da demanda, a China, diante de preços mundiais elevados, anunciou a venda de 39.100 toneladas de soja em grão de seus estoques internos, visando segurar a inflação local. Esta venda, feita via leilão, correspondeu a 10% apenas do volume ofertado.

Ainda na China, a multinacional Monsanto espera que esse país aprove o embarque de soja transgênica brasileira (trata-se da Intacta RR2) para o consumo humano nos próximos meses. Até o momento as importações deste tipo de soja são para rações animais e fabricação de óleo comestível. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, as importações chinesas de soja, em outubro, devem ter atingido a 4,22 milhões de toneladas, contra 4,97 milhões em setembro. No atual ano comercial 2012/13, iniciado agora em 1º de outubro, as importações chinesas podem atingir a 61 milhões de toneladas, contra 58,5 milhões no ano anterior. Isso porque a produção total de oleaginosas no país asiático tende a recuar de 500.000 toneladas neste novo ano comercial, puxada pela soja.

Já na Argentina, as vendas da safra 2011/12 atingiram a 86% do total colhido, contra 85% no mesmo período do ano anterior. Por sua vez, informações procedentes da Bolsa de Buenos Aires dão conta de que, até o dia 25/10, os argentinos haviam semeado 2% de sua nova área de soja, estimada em 19,7 milhões de hectares. Se a mesma for confirmada, será quase um milhão de hectares superior à registrada no ano anterior.

Nesse momento, o mercado mundial se preocupa com o excesso de chuvas nas regiões produtoras da Argentina e do sul do Brasil, embora haja indicações de retorno do sol a partir deste 1º de novembro por um bom período. Ao mesmo tempo, o indicativo de chuvas interessantes a partir deste final de semana no Centro-Oeste e Nordeste brasileiro oferece um contraponto a situação anterior.

A semana terminou com os prêmios, para março, nos portos brasileiros, girando entre 20 e 32 centavos de dólar por bushel. Em Rosário (Argentina), para abril, os mesmos continuam entre zero e menos 5 centavos.
Paralelamente, no Brasil, a pequena recuperação em Chicago, diante de um câmbio estável em R$ 2,02 por dólar, e prêmios igualmente sem grandes modificações. Elevou um pouco o preço da soja na semana. O balcão gaúcho ficou, na média, em R$ 65,74/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 75,00 e R$ 75,60/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram na média de R$ 72,60/saco em Rio Verde (GO) e R$ 78,10/saco em Cascavel (PR).

O plantio no Brasil avança, tendo chegado a 28% até o final deste mês de outubro, contra 41% em 2011 (está atrasado, portanto) sendo 5% no Rio Grande do Sul, contra 10% no ano anterior; 52% no Paraná, contra 56%; 43% no Mato Grosso, contra 61%; 46% no Mato Grosso do Sul, contra 60%; 15% em Goiás, contra 46%; 20% em São Paulo, contra 27%; 10% em Minas Gerais, contra 28%; 1% na Bahia, contra 5%; 24% em Santa Catarina, contra 27%. Ou seja, em função de problemas climáticos de todo o tipo, o mesmo registra um atraso generalizado em relação ao ano anterior. No sul do país isso poderá ser nocivo já que a meteorologia, revendo seus prognósticos, começa a alertar para uma redução significativa nos efeitos do El Niño a partir de janeiro próximo.

Enfim, os preços futuros, nas diferentes praças brasileiras, terminaram outubro nos seguintes valores: Paraná com US$ 32,40/saco, para março, no porto de Paranaguá; Rio Grande do Sul, com R$ 64,00/saco, no FOB interior, para maio; Mato Grosso, com US$ 26,00/saco para março, em Rondonópolis; Mato Grosso do Sul, com R$ 53,00/saco para março; Goiás, com US$ 28,00/saco para fevereiro/março; região de Brasília, R$ 56,00/saco para abril; Minas Gerais, R$ 56,00/saco para abril igualmente; Bahia, com US$ 26,00/saco para maio; Maranhão, com R$ 55,00/saco para maio igualmente; Piauí, com R$ 56,00/saco para junho; e Tocantins, com R$ 54,00/saco para maio. (cf. Safras & Mercado) Nota-se que uma parte importante do mercado passou a cotar a soja futura em dólares, o que pode estar indicando um sentimento de valorização do Real para o primeiro semestre de 2013 (há fundamento nesse raciocínio se pensarmos que a inflação nacional vem subindo e que, para contê-la, o aumento de juros será a arma usada, fato que atrairá dólares para o país, forçando uma revalorização do Real, caso o governo não adote mecanismos de controle a esse possível movimento).

Vale ainda destacar que na BM&F/Bovespa o cotrato para março/13 ficou em US$ 32,30/saco e para maio/13 a US$ 31,40/saco no fechamento da semana.

Acima o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de 05/10 a 01/11/2012.

Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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