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07h30

DESAFIOS DA CADEIA DO TRIGO REVELAM O POTENCIAL BRASILEIRO E ALERTAM PARA A COMPETIÇÃO NO MERCOSUL.

Com o tema central "A Hora e a Vez do Trigo", terminou ontem (23/10) em Florianópolis (SC) o XIX Congresso Internacional do Trigo, reunindo produtores, moageiros, fornecedores de equipamentos, especialistas, pesquisadores, indústrias de produto final...

Entre os principais temas discutidos, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Sergio Amaral, destacou que o maior desafio do setor hoje é a necessidade de integração e articulação para a cadeia avançar em qualidade, produtividade e logística. Isto porque a região Sul é principal produtora do Brasil, responsável por 95% do volume, mas o grandes polos consumidores estão nas regiões sudeste e nordeste, respondendo por mais de 60% do consumo nacional.

O contexto da cadeia do trigo que engloba os países do Mercosul foi o tema central do último painel da programação. Argentina e Paraguai estão entre os maiores fornecedores de trigo para o Brasil e lutam para manter esse canal de comercialização. Por isso a realidade brasileira ainda preocupa o setor, já que o país precisa importar cerca de 50% do trigo que consome, conforme dados apresentados por José Maria dos Anjos, coordenador de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E 57% do trigo importado vem da Argentina. Já o Paraguai, que começou a exportar em 2003 e hoje leva o seu trigo para 36 países, “coloca no Brasil 80% do trigo que vai par o mercado externo”, revelou a assessora de Comércio Exterior da Câmara Paraguaia de Exportação e Comércio de Cereais, Sonia Tomassone.

O economista Dante Sica, da Abeceb (portal de economia na Argentina), abriu o painel falando sobre o contexto macroeconômico de seu país, detalhando a situação no contexto internacional e projetou que os países desenvolvidos terão um crescimento muito lento nos próximos anos. “A expansão dos emergentes será quase o triplo do mundo dos mercados maduros. Neste contexto estão Brasil e China, com reflexos na Argentina, já que vamos aumentar as exportações de nossos produtos para esses mercados.”

A Argentina pode equilibrar a sua economia a curto prazo, de acordo com Sica, e a produção agrícola deve conquistar novos mercados, “mas neste ano vamos produzir menos trigo, devido ao excesso de chuva”, comentou, ao lembrar que “os produtores de trigo preferem segurar a safra para exportação, para ganhar em dólares, já que a moeda norte-americana está valorizada na cotação com o peso argentino”.

Na sequência, o mercado do trigo e o impacto sobre produtos e moinhos, foi o tema abordado pelo presidente da Câmara Arbitral da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, Javier Buján que, de imediato, foi enfático: “As portas foram abertas para a exportação devido à necessidade de aumentar a arrecadação. Mas os subsídios do governo nunca foram destinados à exportação. Os moinhos tinham que demonstrar que a farinha era para abastecer o mercado interno para receberem o subsídio”, revelou.

O economista lembrou que a produção de trigo caiu nos últimos anos na Argentina, principalmente em 2009, devido à seca, “Isso influenciou na elevação do preço no Brasil, que é um grande comprador”, justificou, advertindo: “Acelerem as compras do trigo da Argentina, porque nós produzimos muito e estamos cada vez mais colocando o cereal em países fora do Mercosul.”

A última palestra do evento foi proferida pela assessora de Comércio Exterior da Câmara Paraguaia de Exportação e Comércio de Cereais, Sonia Tomassone, que detalhou como está o Desenvolvimento da Triticultura Paraguaia. “Em 20 anos, quadruplicamos a nossa produção de trigo, com a implantação de novas tecnologias e o desenvolvimento de novas variedades. Trabalhamos para produzir um trigo diferente dos nossos principais concorrentes. Esta é a razão da expansão do setor”, garantiu.
Fonte: Aprosoja

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