Comentários referentes ao período entre 12/10/2012 a 18/10/2012.
Nesta semana, as cotações em Chicago voltaram a recuar, tendo batido no nível de US$ 14,92/bushel no dia 15/10, o nível mais baixo desde o final de junho do corrente ano, para o primeiro mês cotado. Aparentemente os efeitos altistas da seca nos EUA já estão absorvidos, além do fato de os mesmos não terem sido tão fortes como inicialmente imaginado. Soma-se a isso a continuidade de clima positivo nas regiões de plantio da nova safra sul-americana, com algumas exceções localizadas. Enfim, o menor entusiasmo especulativo do capital financeiro completa o quadro, diante da continuidade da crise mundial, agora mais preocupante com o anúncio da China de que seu PIB, no terceiro trimestre de 2012 cresceu “apenas” 7,4%, o mais baixo desde 2009. Ajustes técnicos levaram o fechamento desta quinta-feira (18) para US$ 15,45/bushel.
Enquanto isso, as inspeções de exportação de soja por parte dos EUA alcançaram a 1,57 milhão de toneladas na semana encerrada em 11/10. No acumulado do ano comercial, iniciado em 1º de setembro, o volume atinge a 4,9 milhões de toneladas, contra 3,1 milhões em igual período do ano anterior. Nota-se uma aceleração, portanto, nas inspeções neste ano, fato que pode dar alguma sustentação à Chicago logo adiante.
Paralelamente, o USDA divulgou que até o dia 14/10 a colheita nos EUA atingia 71% da área, contra 58% na média histórica para esta época, fato que força uma baixa nos preços pela entrada maior e mais cedo de soja no mercado local.
Pelo lado da demanda, as importações da soja em grão poderão atingir a 57 milhões de toneladas, por parte da China, em 2012/13. Em isso se confirmando, ter-se-á um aumento de 8,3% sobre o ano anterior. Em setembro/12 a China importou 4,97 milhões de toneladas de soja em grão, com aumento de 20,3% sobre o total comprado em agosto. Nos primeiros nove meses do ano as importações atingiram a 44,3 milhões de toneladas, com aumento de 17,7% sobre o mesmo período de 2011.
Já na Argentina, onde o plantio da soja se inicia, analistas locais projetam uma produção final entre 55 e 60 milhões de toneladas. Em isso ocorrendo teremos a maior safra da história argentina, acompanhando o que se espera no Brasil igualmente.
Quanto aos prêmios, nos portos brasileiros, os mesmos melhoraram um pouco para maio/13. Em Paranaguá os mesmos passaram a valores entre 10 e 15 centavos de dólar por bushel, enquanto em Rio Grande ficaram entre 18 e 25 centavos positivos para o período. Já em Rosário (Argentina), para junho/13, os mesmos ficaram entre zero e menos 10 centavos de dólar por bushel.
No Brasil, o plantio da soja, até o dia 11/10 chegou a 9% da área esperada, com 21% no Paraná, 17% no Mato Grosso, e 10% no Mato Grosso do Sul.
A comercialização da safra nacional de 2011/12 chegou, na mesma data, a 98% do total, ficando alguma coisa ainda no Rio Grande do Sul (93%), Paraná (96%) e Mato Grosso do Sul (98%). Quanto à futura safra 2012/13, as vendas antecipadas chegam a 46% no país (quase metade da safra prevista estaria vendida antes mesmo do plantio), sendo 25% no Rio Grande do Sul, 32% no Paraná, 60% no Mato Grosso, 41% no Mato Grosso do Sul, 59% em Goiás, 31% em São Paulo, 45% em Minas Gerais, 50% na Bahia e 29% em Santa Catarina. (cf. Safras & Mercado)
Em termos de preços, os mesmos voltaram a recuar no mercado brasileiro, mesmo com o câmbio se mantendo ao redor de R$ 2,03 na semana. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 65,56/saco, havendo muitas regiões pagando já R$ 62,00/saco. Os lotes giraram entre R$ 72,25 e R$ 72,75/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 68,35/saco em Sapezal (MT) e R$ 75,50/saco no oeste do Paraná.
Por sua vez, na BM&F/Bovespa o mês de novembro/12 ficou em US$ 37,20/saco, enquanto o contrato para março/13 esteve em US$ 31,96/saco.
Enfim, os preços futuros ficaram em US$ 31,20/saco, para março, no porto de Paranaguá (PR). No mercado gaúcho, em R$ 63,00/saco FOB interior, para maio/13. No Mato Grosso, a região de Rondonópolis fixava o saco em US$ 25,50 para março, enquanto em Goiás a soja futura ficou indicada em US$ 25,50/saco para favereiro/março do próximo ano. Em Minas Gerais, para abril, o valor ficou em R$ 56,00/saco. Já na Bahia e Maranhão o valor ficou respectivamente em R$ 56,00 e R$ 54,50/saco, ambos para maio/13. Enfim, no Piauí, a região de Uruçuí esteve cotada a R$ 55,00/saco para julho/13 e Tocantins em R$ 53,50/saco para maio/13. (cf. Safras & Mercado)
Como se nota, os melhores preços futuros já ficaram para trás, embora continuem muito atrativos a julgar pelo preço projetado no momento da colheita. Nesse sentido, com os dados médios desta semana de outubro, o balcão gaúcho continua sinalizando, para abril/13, um valor entre R$ 48,00 e R$ 55,00/saco. Todavia, em caso de safra cheia, a pressão da colheita pode trazer esses preços para níveis mais baixos no período.
Acima o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de 21/09 a 18/10/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.