Temporada agrícola encerra marcada por severas estiagens.
Fenômeno climático La Niña puxou para baixo a produção brasileira de soja na temporada 2011/12. Com uma produção estimada em 66,38 milhões de toneladas o volume é 11,9% ou 8,94 milhões de toneladas inferior à safra anterior. É o que afirma a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em seu último relatório mensal sobre estimativa de safra - divulgado em setembro - a estatal elenca que "as condições climáticas adversas caracterizadas por estiagens prolongadas foram os responsáveis pelo resultado negativo da safra.
Dentre as regiões brasileiras a Centro-Oeste foi a que menos sofreu com o problema. A produção estimada em 34,90 milhões de toneladas é 2,8% superior à obtida na safra anterior.
Para a Conab, "este aumento se deve ao incremento de 6,2% na área de plantio. A produtividade estimada em 3.036 kg/ha, ou 3,2% abaixo da obtida em 2011/12, foi influenciada devido às estiagens, sobretudo no estado de Mato Grosso do Sul".
Com o ciclo praticamente encerrado, Mato Grosso confirmou-se mais uma líder na produção brasileira da oleaginosa. Sozinho produziu 21,85 milhões de toneladas, ou 33% da safra total colhida no país.
O principal produtor de soja já deu início à semeadura da nova safra (2012/13). A área deve crescer em termos percentuais entre 7% a 12% na comparação com 2011/12, sendo destinados entre 7,4 mil hectares a 7,8 mil hectares, estima a Companhia Nacional de Abastecimento.
Já a produção está avaliada entre 23,1 milhões de toneladas a 24,2 milhões de toneladas, volumes 6% e 10,9% superiores aos 21,8 milhões de toneladas colhidos em 2011/12.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cultivo já chega 17,3% do espaço agricultável. "Houve uma boa evolução, especialmente no médio norte do estado, onde a boa condição de clima permitiu realizar o plantio", avalia Daniel Latorraca, gestor do Imea.
Diferente do Centro-Oeste do Brasil, na região Sul a safra de 18,55 milhões milhadas é 35% inferior à temporada 2010/11. Resultado especialmente influenciado pelas fortes estiagens verificadas no estágio de desenvolvimento da cultura.
Somente o Rio Grande do Sul amargou perdas na ordem de 43,8% na produção, passando de 11,62 milhões de toneladas para 6,5 milhões de toneladas.
No Nordeste do país a produção recuou 2,5% chegando a 6 milhões de toneladas em 2011/12. Por sua vez, Norte e Sudeste conseguiram resultados 9,9% e 0,7% maiores, respectivamente, segundo a Conab.
Fonte: Agrolink