As pastagens são base da alimentação animal na produção pecuária do Sul do país. Na época de escassez de pasto, a alternativa é suprir o cocho com forragens armazenadas em forma de silagem, evitando o uso de grãos e outros suplementos que podem aumentar o custo de produção em até quatro vezes. Este é o tema do Prosa Rural – Região Sul.
Silagens são forragens úmidas, conservadas em ambiente anaeróbicos, que formam um alimento energético para suplementação alimentar de ruminantes domésticos, como bovinos e ovinos. Os cereais de inverno como aveia, cevada, triticale, trigo duplo propósito e centeio podem ser armazenados em forma de silagem para suplementação dos animais nos períodos críticos, quando não há pasto, ou após vários dias consecutivos de chuva que impedem a entrada do rebanho nos piquetes.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), Renato Fontaneli, o produtor está acostumado a fazer silagem de milho como fonte de energia para os animais. Contudo, o milho concorre com a valorização da cotação da soja e acaba restando pouco espaço para o milho no verão, ao passo que no inverno grande parte das áreas produtivas ficam ociosas. Utilizar os cereais de inverno nestas áreas e guardar parte do pasto em forma de silagem é fonte garantida de proteínas ao rebanho, associada ao pastejo e à adição de ração animal. “Os cereais de inverno podem ser ensilados, podendo se usar como silagem de planta inteira, pré-secada ou de grãos úmidos. Duas características são consideradas na escolha de uma espécie e cultivar: potencial de rendimento de biomassa seca e valor nutritivo”, explica Fontaneli, lembrando que além das vantagens na utilização integral da área produtiva, a silagem garante volumoso aos animais, já que os ruminantes precisam de forragem para produzir leite.
Nas propriedades de agricultura familiar, a silagem costuma ser utilizada como complemento na alimentação do gado de leite., onde corresponde a um terço da dieta de uma vaca mediana ou altamente produtiva, que tem produção de 20 a 30 litros de leite/dia. Para atender esta demanda, a Embrapa Trigo desenvolveu a variedade de trigo BRS Umbu, especialmente destinada à fabricação de silagem. Como essa variedade não tem aristas - aqueles fiapos que saem da ponta das sementes de trigo - fica mais fácil para o animal consumi-lo.
Fonte: Embrapa Trigo