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16h44

ANÁLISE DO MERCADO DA SOJA

Comentários referentes ao período entre 28/09/2012 a 04/10/2012.

As cotações da soja voltaram a recuar fortemente nesta semana que deu início ao mês de outubro, apesar de um ajuste técnico neste dia 04/10. Desta forma, o fechamento desta quinta-feira (04) ficou em US$ 15,51/bushel, após o mercado ter atingido as mínimas em três meses ao bater em US$ 15,30/bushel no dia 02/10. Assim, desde o recorde de US$ 17,71/bushel ocorrido no dia 04/09 o mercado da soja em Chicago perdeu US$ 2,41/bushel até o dia 02/10, confirmando a tendência de reposição após altas anormais. Para comparação, a média de setembro ficou em US$ 16,74/bushel. Nota-se igualmente uma forte queda nos valores cotados do farelo e do óleo de soja.

Colaborou decisivamente para a manutenção do quadro baixista a continuidade do movimento menos agressivo do capital financeiro na Bolsa, o avanço na colheita de soja dos EUA, com produtividade melhor do que o esperado e o clima chuvoso no sul da América, indicando condições de plantio muito boas, embora o Centro-Oeste brasileiro ainda careça de maior umidade.

Paralelamente, o relatório de estoques trimestrais anunciado pelo USDA apontou estoques acima das expectativas do mercado, em especial para o milho e o trigo. No caso da soja, em 01 de setembro os EUA possuíam 4,6 milhões de toneladas em estoque do grão oleaginoso. O mesmo é 21% menor do que o contabilizado há um ano, na mesma época. Em contrapartida o USDA aumentou o volume da safra de 2011, passando-o agora para 84,2 milhões de toneladas, contra 83,2 milhões anteriormente. Nessas condições, a produtividade média na safra passada melhorou, ficando em 2.817 quilos/hectare.

Soma-se a isso o fato de que as condições das lavouras estadunidenses de soja voltaram a melhorar na semana encerrada em 30/09. Com isso, 35% estão entre boas a excelentes, 32% em situação regular e 33% entre ruins a muito ruins. Quanto à colheita, até o dia 30/09 cerca de 41% da área já havia sido colhida, contra 19% na média histórica para esta época do ano.

Enfim, o mercado espera agora com mais atenção o relatório mensal de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 11/10. A tendência é de um número bem melhor do que o anteriormente indicado. Tanto é verdade que a FC Stone já projeta uma safra final de soja nos EUA em 77,5 milhões de toneladas, contra 71,4 milhões que o USDA indicou em setembro. Em setembro a própria Stone previa uma safra de 74,5 milhões de toneladas. A produtividade média esperada fica agora em 2.587 quilos/hectare.

Por outro lado, as inspeções de exportação estadunidenses de soja chegaram a 1,13 milhão de toneladas na semana encerrada em 27/09, contra apenas 341.539 toneladas na semana anterior, em número revisado.

Pelo lado da demanda, a China anunciou ter comprado 2,74 milhões de toneladas de soja da Argentina, nos sete primeiros meses deste ano. Em relação ao mesmo período de 2011, o recuo é de 17%. (cf. Safras & Mercado)

Já na Argentina, os produtores locais negociaram 83% da safra 2011/12, contra 79% em igual período da safra anterior.

Por sua vez, os prêmios continuam muito negativos para a futura safra brasileira e argentina. Nos portos do sul do Brasil, os mesmos, para abril/maio, giraram entre menos 10 e menos 30 centavos de dólar por bushel. Na Argentina, para junho, os mesmos estão, em Rosário, entre zero e 10 centavos positivos.

No Brasil, o preço da soja despencou na esteira da forte queda em Chicago, de um câmbio que se manteve na casa dos R$ 2,02 em grande parte da semana e de prêmios menores. Além disso, praticamente não há mais soja para negociar em relação a última safra. Nesse contexto, o balcão gaúcho viu sua média semanal recuar para R$ 70,44/saco, enquanto os lotes perderam de 7% a 8,5% na semana, ficando seus valores ao redor de R$ 77,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 65,35/saco em Sapezal (MT) e R$ 76,50/saco em Cascavel (PR).

Na BM&F/Bovespa, o contrato novembro/12 ficou em US$ 37,90/saco, enquanto o março/13 chegou a US$ 32,50/saco e o maio/13 a US$ 30,86/saco.

Quanto aos preços futuros, os mesmos igualmente cederam. No Rio Grande do Sul o FOB interior indicou valores em R$ 61,50/saco para maio. No Mato Grosso, a região de Rondonópolis apontou R$ 52,00/saco para março. No Mato Grosso do Sul, o valor ficou em R$ 56,00/saco para o mesmo mês. Em Goiás a soja futura esteve a US$ 28,00/saco para fevereiro/março do próximo ano (ao câmbio de hoje isso equivale a R$ 56,56/saco). No Distrito Federal o valor para abril caiu para R$ 55,50/saco. Em Minas Gerais, a região de Uberlândia apontou valor de R$ 57,00/saco para abril. Na Bahia, a safra futura ficou em R$ 53,00/saco para maio, enquanto no Maranhão o valor chegou a R$ 55,00/saco para o mesmo mês. Enfim, no Piauí a soja futura esteve a R$ 54,00/saco para julho, enquanto no Tocantins a mesma ficou em R$ 53,80/saco para maio.

Como se esperava, a queda é forte e pode não parar por aí caso a safra dos EUA realmente se confirme melhor e na América do Sul venha a se ter safra cheia. Nesse sentido, nas condições deste início de outubro, o preço de balcão no Rio Grande do Sul, para abril próximo, ficaria entre R$ 48,00 e R$ 53,00/saco. Ou seja, por enquanto, quem realizou negociações futuras, já há mais tempo, fez um excelente negócio.

Acima o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de 06/09 a 04/10/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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