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13h11

MERCADO DA SOJA

Comentários referentes ao período entre 06/09/2012 a 13/09/2012

As cotações da soja em Chicago trabalharam a semana na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 12/09. Até ali, as mesmas recuaram, passando de US$ 17,44/bushel no dia 06/09 para US$ 16,96 no dia 11/09. Após o anúncio do relatório, forte alta se registrou na Bolsa, com a soja batendo em US$ 17,40/bushel no fechamento do dia 12. Enfim, o fechando desta quinta-feira (13) ficou em US$ 17,43/bushel.

O relatório trouxe, dentre outras, as seguintes informações:

1) uma redução na produtividade esperada nos EUA da ordem de 2,2%, com a mesma passando agora para 2.373 quilos/hectare ou 39,5 sacos/ha;

2) pequena redução na produção final, com a mesma ficando em 71,68 milhões de toneladas para 2012/13 (dentro das expectativas do mercado);
3) manutenção dos estoques finais nos EUA em reduzidos 3,1 milhões de toneladas para 2012/13;

4) manutenção do patamar de preços médios para o ano comercial em questão, com o mesmo ficando entre US$ 15,00 e US$ 17,00/bushel;

5) em termos mundiais, pequena redução da safra global para 258,13 milhões de toneladas;

6) praticamente manteve os estoques finais mundiais de soja, com um volume de 53,1 milhões de toneladas;

7) projeção de produção brasileira e argentina respectivamente em 81 milhões e 55 milhões de toneladas para a próxima safra;

8) manutenção das importações chinesas neste novo ano comercial em 59,5 milhões de toneladas.

No geral, informações precificadas pelo mercado, fato que nos permite indicar que as oscilações na Bolsa foram apenas puramente especulativa, num contexto de ajustes técnicos e não exatamente por motivos fundamentais. Nestas condições, com o iniciar da colheita, talvez as cotações recuem para patamares um pouco menores.

Vale destacar ainda que nos primeiros 10 dias de setembro o índice de umidade dos solos das regiões produtivas estadunidenses melhorou consideravelmente, podendo haver surpresas com a produtividade final pós-colheita.

Tanto é que o milho, mais atingido pela seca e proporcionalmente com bem mais prejuízos na produção e nos estoques, após o anúncio do relatório registrou recuo em suas cotações. Paralelamente, a empresa privada FC Stone já está projetando uma safra final de 74,54 milhões de toneladas, ou seja, três milhões acima do anunciado pelo USDA. Enfim, as condições das lavouras nos EUA, até o dia 09/09, registraram melhoria, com 36% entre ruins a muito ruins, 32% regulares e 32% entre boas a excelentes (uma semana antes as percentagens eram respectivamente de 37%, 33% e 30%). Para o milho as condições se mantiveram pela segunda semana consecutiva em 52% entre ruins a muito ruins, 26% regulares e 22% entre boas a excelentes. No caso da soja, 36% das lavouras estavam em maturação naquela data, havendo 4% da área já colhida.

Dito isso, os embarques de soja pelos EUA, na semana encerrada em 06/09, chegaram a 352.000 toneladas.

Pelo lado da demanda, a China informou importações de 4,42 milhões de toneladas em agosto, com as mesmas sendo 2% inferior ao mesmo período do ano anterior. Em relação a julho, o recuo foi de 24,7%. No acumulado do ano as importações somam 39,3 milhões de toneladas, com aumento de 17,4%.

Nos oito primeiros meses do ano o Brasil vendeu 21,6 milhões de toneladas para a China, contra 17,5 milhões em igual período do ano anterior.

Os prêmios nos portos continuam firmes no momento, porém, acusando forte deságio para a futura safra. Assim, nos portos brasileiros, os mesmos oscilam entre US$ 2,50 e 3,30/bushel no momento, enquanto para abril/maio de 2013 Paranaguá indica menos 10 a menos 20 centavos de dólar por bushel e Rio Grande sinaliza menos 5 a menos 10 centavos por bushel. No Golfo do México (EUA), em setembro, o prêmio oscilou entre 65 e 75 centavos de dólar por bushel, enquanto Rosário (Argentina) indica, para abril/maio de 2013 valores entre zero e menos 12 centavos de dólar por bushel.

Nessas condições, os preços atuais no Brasil continuam muito firmes, havendo muito pouca oferta do produto no mercado físico, enquanto a tendência é de baixa para a safra futura. Isso explica a aceleração das vendas por parte dos produtores brasileiros. A comercialização da safra 2011/12, até o dia 06/09, chegava a 97% do total, contra 85% na média histórica para esta época. O Rio Grande do Sul teria vendido 88%, o Paraná 93% e o Mato Grosso 99%. Já a comercialização futura da safra 2012/13, na mesma data, batia em 43% contra a média histórica de apenas 16%. No Rio Grande do Sul as vendas alcançavam 24%, contra 5% na média; no Paraná 31%, contra 7%; no Mato Grosso 58%, contra 28%; no Mato Grosso do Sul 40%, contra 14%; em Goiás 52%, contra 18%; em São Paulo 30%, contra 9%; em Minas Gerais 42%, contra 14%; na Bahia 48%, contra 19%; e em Santa Catarina 28%, contra 5% na média histórica. (cf. Safras & Mercado)

Assim, o preço médio gaúcho no balcão fechou a semana em R$ 75,00/saco, enquanto os lotes oscilaram ao redor R$ 87,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 76,85/saco em Sapezal (MT) e R$ 87,50/saco em Cascavel (PR).

Em termos de preços futuros, para março/13 o Paraná indicava valores de US$ 34,40/saco no porto de Paranaguá. No Rio Grande do Sul, o interior indicava compra a R$ 67,00/saco para maio/13. No Mato Grosso, para fevereiro/13, o preço estava em R$ 59,00/saco, enquanto no Mato Grosso do Sul o valor era de R$ 60,00/saco para um mês após. Em Goiás o saco era negociado na média de R$ 63,00 para fevereiro/março. Em Minas Gerais, valores de R$ 62,00/saco para abril, enquanto na Bahia, para maio/13, o valor era de R$ 60,00/saco. Já no Maranhão, a compra ficou em R$ 59,00/saco para maio, enquanto no Piauí o valor alcançou R$ 62,00/saco para julho/13. Enfim, no Tocantins, valores de R$ 58,00/saco para abril/13.

Já na BM&F/Bovespa o contrato novembro/12 fechou em US$ 43,00/saco, enquanto março/13 ficou em US$ 35,70 e maio/13 em US$ 33,45/saco.

Acima o gráfico da variação de preços da soja e seus derivados no período de 17/08 a 13/09/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário.

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