Existem diversos fatores determinantes para o sucesso de altas produtividades com qualidade nos cereais de inverno, em especial aquelas culturas de maior expressão, que são principalmente o trigo e a aveia.
O Informativo da COTRIJUI do último domingo (26.08) abordou o tema: Doenças nas Culturas de Inverno, as quais podem ser ocasionadas por fungos, bactérias e viroses. A fim de diminuir os riscos de produtividade e alcançar altos rendimentos nestas culturas, o Engenheiro Agrônomo Osmar Lohmann, fez importantes recomendações aos produtores.
Segundo o Engenheiro Agrônomo, até o momento o cenário se apresenta muito positivo para trigo/aveia. “Temos observado emergências muito boas, excelentes uniformidades, bom perfilhamento, e tudo isso corresponde a um excepcional desenvolvimento vegetativo, além de cenários comerciais melhores que nos anos anteriores, motivos que entusiasmam a investir na cultura”.
Por outro lado os últimos dias também tem sido favoráveis ao desenvolvimento das doenças comuns no inverno, em razão das condições ambientais favoráveis, tais como temperaturas e molhamento foliar.
Dito isto, doenças como oídio, manchas foliares e ferrugens, tem surgido simultaneamente nas lavouras, observando-se maior pressão de doenças em áreas repetidas trigo/trigo, ocorrendo uma maior pressão de doenças em virtude da baixa decomposição dos restos culturais de trigo da safra anterior, devido as poucas chuvas ocorridas no verão e outono.
Além disso, a entrada de doenças já ocorre também via semente, essa é a razão pela qual ocorre presença de manchas foliares, muitas vezes em áreas de rotação , o que torna importante sempre a desinfecção das sementes com fungicidas no tratamento de semente.
Então, se para manchas foliares a entrada ocorre via semente e restos culturais, para oídio e ferrugens, normalmente ocorre por plantas guaxas que se desenvolvem durante o verão ou plantas hospedeiras como azevém que transmite helmintosporiose. Além das doenças citadas ainda ocorrem os carvões e podridões radiculares. Além disso, ocorrem a presença de viroses e bacterioses.
De maneira geral, estratégias como Tratamento de Sementes, rotação de culturas trazem vantagens adicionais no manejo de doenças que podem corresponder em até 30% na produtividade.
É necessário que entendamos que a partir do momento que se tem a necessidade de efetuar o controle de doenças fungicas, se tenha em mente, que o controle de doenças esta diretamente ligada a manutenção da área foliar. Para tanto, deve-se entender que, manutenção de área foliar se consegue com proteção de plantas.
Por muito tempo entendia-se que, em trigo, bastava a manutenção da folha bandeira para obtenção de produtividades razoáveis. Dessa forma, iniciavam-se as aplicações visando o controle das doenças tardiamente. Entretanto, hoje sabe-se através de ensaios realizados pela pesquisa e pela cooperativa, que aplicações de fungicidas em estágios mais precoces, ou seja, já a partir do perfilhamento, garantem altos rendimentos, aliados aos demais manejos.
Em trigo/aveia é desejável que se chegue a fase reprodutiva com 3-4 folhas por espiga, para que se tenha disponível o máximo de fotoassimilados sendo drenados para os grãos, obtendo-se o maior numero de grãos/espiga com o máximo de peso.
Para alcançar tal objetivo devemos entender que os cuidados devem ocorrer desde as primeiras fases. A fase de emergência até o afilhamento ocorre entre 30-45 DAE. Nessa fase já podem ocorrer doenças como oídio, ferrugem e mancha foliar. Geralmente a presença de oídio diminui a partir do alongamento, mas manchas foliares e ferrugens continuam ocorrendo até o final do ciclo.
Um aspecto importante que deve ser lembrado, e que precisa ser planejado já no inicio da implantação da lavoura, refere-se ao perfil do material ou materiais a serem cultivados, ou seja, a suscetibilidade de cada material as diferentes doenças.
Quando ocorrem doenças já no inicio é importante se fazer o controle o quanto antes, a fim de diminuir os danos na cultura, e consequentemente o desempenho do fungicida, principalmente no que se refere ao residual do fungicida.
Outro item importante que precisamos observar refere-se ao fungicida certo para cada situação, pois muitas vezes se faz necessário a utilização de misturas de mais de um fungicida, e/ou grupo químico, em razão da existência de diferenças de ação dos fungicidas sobre as doenças. De forma geral, recomenda-se o uso de misturas de strubirulinas com 2 triazois, a fim de maior espectro de controle, capaz de atender o controle eficientemente.
Efetivamente, não podemos esquecer-nos de observar os itens de tecnologia de aplicação, já conhecido por todos.
Além, das doenças foliares, temos também as doenças de espiga no trigo, principalmente giberela. Aplicações fungicas tem eficiência limitada. Nessa situação, o bom mesmo é que as condições ambientais sejam favoráveis na fase da floração.
Importante é dar atenção ao atual momento, visando proteger as plantas e controlar as doenças, buscando a manutenção da área foliar verde.
Para orientações e esclarecimentos de duvidas procure o Departamento Técnico da Cotrijui de sua Unidade.