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10h38

MERCADO DO TRIGO – Análise referente ao período entre 17/08/2012 a 23/08/2012

Na esteira da soja e do milho, o trigo igualmente subiu em Chicago, porém, em bem menor intensidade. Após ter alcançado US$ 9,00/bushel no dia 21/08, o fechamento desta quinta-feira (23) ficou em US$ 8,74/bushel.

Nos EUA, a colheita do trigo de inverno chegou a 97% da área no dia 19/08, segundo o USDA. A média histórica é de 95% para esta época. Já a colheita do trigo de primavera atingiu a 79% na mesma data, contra a média histórica de 40% para a época.

Por sua vez, as vendas líquidas do cereal estadunidense, para o ano 2012/13, iniciado em 1º de junho passado, bateram em 396.700 toneladas na semana encerrada em 09/08. A Indonésia foi o principal comprador com 153.000 toneladas. Quanto às inspeções de exportação, os EUA registraram um volume de 637.467 toneladas na semana encerrada em 16/08. No acumulado do ano comercial as mesmas atingem a 5,82 milhões de toneladas, contra 6,88 milhões no mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, a confirmação de quebra de safra nos países que antes formavam a ex- URSS pressionam para cima as cotações em Chicago. O USDA estima que a produção desses países será, neste ano, de apenas 82,96 milhões de toneladas, contra 114,4 milhões um ano antes. Com isso as suas exportações de trigo cairão 44,7%, ficando em 21,06 milhões de toneladas. Nesse sentido, o mercado continua temendo que a Rússia bloqueie suas exportações do cereal, como o fez em 2010, fato que elevaria ainda mais os preços mundiais do trigo.

Quanto ao Mercosul, na Argentina o porto de Bahia Blanca indicou preço de US$ 335,00/tonelada, com uma alta mensal de 11,7%. Em Necochea a indicação está em US$ 310,00/tonelada, recuando 0,6% em comparação com o mesmo período do mês passado. No Upriver a indicação de compra para trigo com embarque programado para agosto/setembro ficou em US$ 335,00/tonelada, o que representa uma variação positiva mensal de 6,3%. No Uruguai a referência de compra está em US$ 310,00/tonelada, com recuo mensal de 6,1%. Já no Paraguai, a indicação de compra segue em US$ 260/tonelada, com variação mensal negativa de 17,5%. (cf. Safras & Mercado)

No Brasil, diante de um quadro de preços bem mais elevados no exterior, o pouco trigo nacional disponível continua muito procurado, fato que eleva os preços do cereal. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 26,59/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 565,00 e R$ 570,00/tonelada, para o trigo de qualidade superior. No Paraná, a tonelada já está entre R$ 611,00 e R$ 615,00. Nos dois casos, os ganhos percentuais semanais foram expressivos, como mostra a tabela no início deste boletim.

Efetivamente, a disponibilidade de trigo no mercado físico brasileiro está bastante limitada. Com isso, os moinhos nacionais apostam nos leilões do governo, que vendem os estoques públicos. Até o final de julho, os leilões envolviam o trigo das safras 2007, 2008 e 2009. Todavia, no dia 10/08 o governo começou a negociar o trigo da safra 2010/11, que apresenta melhor qualidade. As preocupações quanto à próxima temporada no Brasil e na Argentina, devido à redução de área, e também quanto aos estoques mundiais, que estão elevando os preços internacionais do trigo, são fatores que favorecem o interesse de moinhos pelo produto governamental. No geral, o interesse maior é pelo produto do Rio Grande do Sul, onde a disponibilidade no físico é mais restrita. Este estado foi responsável por grande parte das exportações de trigo nacional nos últimos dois anos, pelo menos. (cf. Safras & Mercado)

Por sua vez, os altos preços internacionais do cereal destas últimas semanas impedem a importação nacional. Para efeitos de comparação, o trigo argentino chega em São Paulo ao preço de R$ 790,00/tonelada, aproximadamente, enquanto que o produto nacional tem um valor médio de R$ 650,00, ou seja, 17,72% a menos. (cf. Safras & Mercado)

Por outro lado, o leilão de venda da Conab, realizado no dia 17/08, negociou 96.017 toneladas, de um total ofertado de 101.017 toneladas. O preço médio inicial foi de R$ 520,00/tonelada, com o valor máximo atingindo a R$ 546,00/tonelada.

Enquanto isso, no Paraná, onde a colheita começou timidamente, as primeiras cargas apresentam um produto de baixa qualidade, com PH abaixo do desejado. Espera-se um produto melhor nos próximos 10 dias de colheita. Para esse produto superior estima-se que os preços possam chegar, ao produtor, entre R$ 640,00 e R$ 650,00 por tonelada, abaixo da paridade de importação e acima dos preços de fechamento da Conab. A indicação de compra pelas indústrias tende a oscilar entre R$ 580,00 e R$ 600,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul a oferta da safra velha é escassa. Os últimos negócios reportados foram realizados entre R$ 555,00 e R$ 570,00 por tonelada. A safra nova deve ter cerca de 50% da produção estimada negociada para exportação. (cf. Safras & Mercado)

Como a produção nacional, neste ano, tende a ser menor, puxada pela redução de área no Paraná, somado ao quadro geral hoje existente, espera-se uma comercialização com preços bem melhores para esta nova safra que se inicia. Resta saber se o Rio Grande do Sul, que colhe apenas em novembro, conseguirá obter esses níveis de preços. Por enquanto a qualidade das lavouras é boa e o clima está colaborando de forma geral. Mas preocupa a previsão de grandes volumes de chuva para setembro e especialmente outubro. Vale ainda destacar que a venda antecipa do cereal tem se acelerado, particularmente no mercado gaúcho, o que reduzirá a disponibilidade interna do produto quando concluída a colheita. Estas vendas antecipadas têm negociado o produto, para entrega na colheita, a partir de R$ 30,00/saco.

Acima o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 27/07 e 23/08/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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