No momento em que a colheita dá os primeiros passos, os produtores brasileiros de trigo, que temiam novo revés, se deparam com uma perspectiva de mercado favorável.
Os preços melhoraram e, caso o clima não atrapalhe, a qualidade do produto colhido promete agradar à indústria, garantindo a comercialização. Aliado a isso, países que tradicionalmente exportam o grão para o Brasil, como Argentina, Rússia e Austrália, registram quebra climática, o que aumenta a escassez no mercado interno, 50% dependente das importações.
O relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) crava: houve queda na produção e o comércio internacional deve movimentar volume 12% menor que as 153 milhões de toneladas da última safra. A Argentina deve colher 11,5 milhões de toneladas (3,5 milhões a menos) e deverá exportar 5 milhões (6,8 milhões a menos).
Fonte: Agrolink
MOINHOS AGORA CORREM ATRÁS DO TRIGO
Depois de muito desdenhar o trigo brasileiro pelas suas características "pouco adequadas" à fabricação de pão, a indústria moageira nacional está agora disputando a tapa o cereal nativo, ainda em fase inicial de colheita.
Com os preços internacionais do trigo disparando, os moinhos olham para o cereal brasileiro como uma boa oportunidade de negócio. Nesta quinta-feira (16/08), a importação de uma tonelada de trigo argentino chegava a São Paulo por R$ 790. O valor é pelo menos 20% mais alto do que o pedido no mercado brasileiro (R$ 650), segundo informações da consultoria Safras & Mercado.
Mercado externo - O problema é que não é só a indústria brasileira que está de olho no trigo nacional. O mercado externo já cravou sua posição. Segundo levantamento da Pilla Corretora de Cereais, de Porto Alegre, há neste momento 800 mil toneladas do cereal do Rio Grande do Sul - que será colhido a partir de outubro - vendido antecipadamente para exportação. O volume representa em torno de um terço da safra gaúcha, estimada em 2,6 milhões de toneladas. Na mesma época do ano passado, essa comercialização antecipada não superava 350 mil toneladas, segundo a corretora.
Fonte: Valor Econômico.