O Sistema Ocergs-Sescoop/RS divulgou hoje (04/07), durante o “Tá Na Mesa”, promovido pela Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do RS), os números que mostram a expressão do cooperativismo gaúcho. E em 2012, definido pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas, o Rio Grande do Sul tem muitos motivos para comemorar. Para o presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, cooperativismo significa independência para incentivar o que está bom e para contrapor o que está errado. “A economia cooperativista gera uma sinergia de mercado positiva e é o segredo da força de muitos setores do nosso Estado. Comemorar 110 anos de história neste País e abrir as comemorações na Federasul nos deixa com muito orgulho”, acrescentou Russowsky, referindo-se ao Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado no próximo sábado, 7 de julho.
A apresentação dos dados foi feita pelo presidente da Ocergs (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul) e do Sescoop/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul), Vergilio Perius, em companhia do vice-presidente do Sistema, Irno Pretto; do segundo vice-presidente da Ocergs e presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (FecoAgro/RS), Rui Polidoro Pinto, e do secretário da Ocergs e presidente da Central Sicredi Sul, Orlando Borges Müller.
Os números consolidados no estudo Expressão do Cooperativismo Gaúcho mostram que as cooperativas do Estado cresceram 25,2% de 2010 para 2011, elevando o faturamento para R$ 27 bilhões – um incremento de R$ 5,4 bilhões. Esse valor representa 11,3% do PIB gaúcho. Além disso, o cooperativismo gaúcho gerou R$ 1,3 bilhão de tributos no ano passado (46,9% estaduais, 3,2% municipais e 49,9% federais). E o papel das cooperativas não é expresso apenas por números. Os princípios que orientam o cooperativismo incluem gestão democrática pelos membros, compromisso com a comunidade, educação, formação e informação.
O Rio Grande do Sul possui 527 cooperativas ativas, que contam com 2.143.339 associados (21,4% do quadro brasileiro) e são responsáveis pela geração de 52.482 empregos diretos.
Em 2011, o investimento das cooperativas no Rio Grande do Sul foi de 1,7 bilhão de reais, distribuído pelos diversos setores de atuação das cooperativas: Crédito, Agropecuário, Saúde, Infraestrutura, Transporte e Habitacional, por exemplo. Os ativos imobilizados adquiridos pelas cooperativas do Estado foram de R$ 5,21 bilhões em 2011. “São armazéns, silos, supermercados, fábricas de rações, PCHs, hospitais e muitos outros projetos que permanecem no Estado, criam raízes nas comunidades locais e regionais e não oferecem risco de serem transferidos. Isto é uma característica do cooperativismo”, afirma Perius. O crescimento médio do ativo foi de 21%, atingindo R$ 34,5 bilhões em 2011.
A expressão do cooperativismo gaúcho
- Estima-se que 59,7% da população gaúcha está ligada a cooperativas, considerando-se que a as famílias são formadas por, em média, três pessoas.
- O cooperativismo de Crédito é o que mais cresce. “Muito se deve à crise econômica mundial do final de 2008, que gerou uma desconfiança generalizada nas instituições financeiras. O Sicredi, por sua vez, teve 25% de crescimento nas aplicações de longo prazo, o que demonstra a confiança no cooperativismo de Crédito”, afirma Perius. O crescimento do ramo mostra uma média de mil novos associados por dia, 28 mil novos associados por mês. O crescimento dos ativos foi de 23,7%.
- O cooperativismo Agropecuário sempre foi forte no RS. O setor teve um incremento de 22,5% no faturamento (de 2010 para 2011) e ocupa a primeira posição neste ranking, representando 69,3% do faturamento do cooperativismo estadual. Perius ressalta que “as cooperativas Agropecuárias estão ligadas essencialmente à agricultura familiar – 82%, ou seja, essencialmente produzem alimentos”. De acordo com o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, cerca de 70% dos 272 mil associados a cooperativas Agropecuárias possuem propriedades pequenas, de até 50 hectares.
- Metade da produção de leite do Rio Grande do Sul está nas mãos de cooperativados (cerca de 62 mil produtores). Eles são responsáveis pela produção de 5 milhões de litros de leite por dia, integralmente industrializados no Estado. “A atividade leiteira é a que mais gera renda ao produtor, além de gerar tributos e empregos”, afirma Perius.
- A CCGL (Cooperativa Central Gaúcha Ltda.), com sede em Cruz Alta, é um exemplo a ser seguido na busca pelo fim da guerra fiscal, pois a distribuição do ICMS gerado pela planta industrial é feita entre os municípios que geram a matéria-prima. “A CCGL distribui a diversos municípios cerca de 51 milhões de reais de ICMS, gerados exclusivamente na planta industrial. Ou seja: não importa onde está localizada a planta; os municípios produtores do leite terão retorno do ICMS. O cooperativismo nos ensina que a guerra fiscal pode ter fim”, explica Perius.
- Feiras de cooperativas como a Expodireto Cotrijal movimentam a economia do Estado com mais R$ 1,5 bilhão.
- Em 2011, as exportações de cooperativas brasileiras bateram recorde, fechando o ano com 6.176 milhões de dólares. O Rio Grande do Sul ocupa o quarto lugar no ranking de exportações, com 367 milhões de dólares.
- As cooperativas de Infraestrutura (eletrificação rural) possuem um parque gerador próprio composto por 21 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e outras cinco em parcerias, que atendem 25% de suas necessidades. A energia gerada é limpa, sustentável e renovável, com reduzido impacto ambiental. As cooperativas do ramo investiram cerca de R$ 100 milhões nas novas PCHs e no reforço de estruturas, para possibilitar o fornecimento de energia em 358 municípios.
- Cooperativas de Infraestrutura ocupam o quarto lugar no ranking de distribuição de energia no RS e registraram um incremento de 7,3% no consumo de energia elétrica, enquanto este indicador nas concessionárias estaduais foi de 4,3% e nas nacionais, 3,6%.
- O Sistema Unimed (ramo Saúde) teve um aumento de 39,3% nas obras, atingindo R$ 37 milhões em 2011. A Unimed tem mais de 1,8 milhão de beneficiários, 15.538 médicos cooperados, 25 pronto-atendimentos e sete hospitais próprios, que somam um investimento de R$ 115 milhões.
- O Sistema Uniodonto atende 133 mil usuários, possui 9 pronto-atendimentos e 19 serviços credenciados.
- Os Sistemas Unimed e Uniodonto estão presentes em 100% dos municípios gaúchos.
- O ramo Transporte cresceu 111,6% em 2011 e adquiriu R$ 4,6 milhões em ativos.
- O ramo Consumo cresceu 26,1% em 2011.
- Os ramos Trabalho, Mineral, Especial/Social, Turismo, Produção, Educacional e Habitacional atingiram, juntos, R$ 309 milhões de ativos em 2011, o que representa um crescimento de 15%.
- O Rio Grande do Sul é o primeiro colocado no ranking de arrecadação de contribuição cooperativista da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Como a contribuição é resultante da aplicação de 0,2% sobre o capital social, fundos e reservas classificados no patrimônio líquido das cooperativas, esta posição confirma o elevado valor patrimonial das cooperativas gaúchas, em comparação com os demais Estados.
Projetos do Sistema Ocergs-Sescoop/RS
O Sistema Ocergs-Sescoop/RS é formado pela Ocergs (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul) e pelo Sescoop/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul), uma entidade do “Sistema S”, que promove a formação profissional, educação, monitoramento e cultura das cooperativas gaúchas. O Sistema investiu R$ 42,5 milhões nas cooperativas gaúchas em 2011.
Para incentivar o cooperativismo no Estado, o Sistema propõe uma série de projetos, como a Escoop – Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo, que é reconhecida pelo MEC e cuja primeira turma está em andamento; o Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo, que está em sua sexta edição e propõe a música como forma de promover os princípios e valores do cooperativismo; cursos de pós-graduação em cooperativismo, promovidos em parceria com universidades; o programa Aprendiz Cooperativo, que em 2012 beneficiará 1.425 jovens de 14 a 24 anos; programas internacionais, como o convênio com a DGRV (Central de Cooperativas da Alemanha), que prevê capacitação de auditores internos, intercâmbios acadêmicos com a Escoop, estágios para alunos em cooperativas da Alemanha e projetos de desenvolvimento; o programa de Reestruturação das Cooperativas Agropecuárias, desenvolvido com a assessoria do grupo Rabobank; assessoria parlamentar (Frente de Apoio ao Cooperativismo – Frencoop) e a realização de uma campanha publicitária para divulgar o cooperativismo.
Fonte: Assessoria de Imprensa OCERGS
Crédito da foto: Rafaeli Minuzzi