(Osmar Lohmann – Engº. Agrº. da COTRIJUI) – O sucesso na obtenção de bons rendimentos nas culturas de inverno está ligado a diversos fatores, tais como:
• Escolha de variedades;
• Período de plantio / qualidade de semeadura;
• Sementes certificadas;
• Tratamento de sementes;
• Densidade da semeadura;
• Fertilizantes / nutrição de plantas;
• Proteção de plantas – controle de pragas e doenças;
• Manejo de plantas daninhas;
• Clima.
Dentre todos estes fatores, um evento que requer grande atenção dos produtores é o “manejo de plantas daninhas”. Antes de qualquer comentário, é necessário que se entenda as diversas formas de interferência que as plantas daninhas trazem para a cultura, tais como:
• Competição – perdas de produção;
• Redução na qualidade dos grãos;
• Manutenção desuniforme;
• Hospedagem de pragas e doenças;
• Dificultar a operação da colheita.
A perda na produção por mato-competição está diretamente ligada ao período em que a cultura convive com as plantas daninhas. Obviamente, existem vários fatores que afetam o grau de interferência entre a cultura e as plantas daninhas em um mesmo ambiente. Para a cultura, destacam-se itens como a variedade, espaçamento entre as plantas, a densidade e época da semeadura. Já a planta daninha, considera-se a espécie, a população, distribuição por área e a agressividade com que ela se apresenta. Não podemos esquecer que quanto maior o período de competição, maior será a perda de produtividade.
A emergência da cultura deve se dar no limpo. Para que efetivamente possamos ter essa condição, é necessário que se realize o manejo eficiente de dessecação em período de pré-plantio. É importante que entendamos individualmente o complexo de ervas que cada propriedade possui, e qual o comportamento que essas espécies possuem.
Este fato torna-se relevante em razão do incremento nos últimos anos relacionados a ocorrência de resistências de determinadas plantas daninhas em relação a alguns grupos químicos. Dentre as plantas, podemos citar a buva e o azevém. Este último em grau maior de preocupação.
Neste contexto de análises, devemos saber que se faz necessário a adoção de medidas no manejo de plantas daninhas que possibilitem o controle do maior spectro possível de ervas, e para que isso ocorra, deve-se pensar na utilização de mais de um herbicida e mais de uma dessecação.
A decisão de quais herbicidas utilizar na primeira e na segunda dessecação, vai depender muito, em primeiro lugar, da identificação de quais ervas estão presentes na lavoura, em segundo, do estágio em que se encontram no momento da aplicação, e em terceiro lugar, da época que se realizará o plantio.
Além destas, teremos outras situações que devem ser analisadas individualmente, a fim de efetuar o melhor posicionamento para cada situação. Haverão situações em áreas extremamente infestadas, e que além do controle de dessecação, necessite de um controle em pós-emergência, principalmente naquela implantação da cultura em que ocorre uma nova camada de ervas. Neste caso, o quanto antes ocorrer o controle, melhor.
No controle pós-emergência deve-se dar atenção especial ao herbicida utilizado, pois alguns podem causar fitoxicidade quando utilizados no estágio errado da cultura, e/ou em condições adversas de clima.
Nos casos de aveia, triticale e centeio, existe uma limitação quanto ao uso de herbicidas pós-emergentes, principalmente graminicidas, devido aos mesmos não serem seletivos.
Um aspecto muito importante é que o produtor deve ter o foco em deixar a cultura do trigo/aveia sempre no limpo para garantir uma boa produtividade e melhor qualidade dos grãos.
O Departamento Técnico da COTRIJUI está a disposição de todos os associados para o esclarecimento de dúvidas e repasse das melhores orientações quanto a esses cuidados.