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08h39

ANÁLISE SEMANAL DO MERCADO DA SOJA – período entre 25/05/2012 a 31/05/2012

As cotações da soja em Chicago ensaiaram uma recuperação, porém, acabaram fechando a semana em forte queda mais uma vez, especialmente devido ao recuo do dia 31/05. O mês de maio terminou com o dia 31 apontando um recuo de US$ 1,57/bushel em relação aos US$ 14,97 registrados no dia 1º/05. A média de maio/12 ficou em US$ 14,14/bushel, contra US$ 14,40 na média de abril, e o fechamento do dia 31/05 ficou em apenas US$ 13,40/bushel para o primeiro mês cotado.

O mercado continuou sob influência do clima nos EUA, o qual continua positivo para o término do plantio e desenvolvimento da planta de soja e milho. Além disso, o dólar voltou a se valorizar no mercado mundial, com o aguçamento da crise na Espanha, fato que derruba o preço das commodities em geral. O petróleo, por exemplo, chegou a bater em US$ 87,80/barril em Nova York.

Paralelamente, o distanciamento entre a cotação do primeiro mês (julho) e o mês de novembro (momento da colheita nos EUA) diminuiu, ficando agora em US$ 0,70/bushel, quando nas semanas anteriores o mesmo chegou a bater em US$ 1,20/bushel.

Dito isso, os registros de exportação dos EUA, na semana encerrada em 17/05, ficaram em 953.700 toneladas, contra 673.300 toneladas na semana anterior (número revisado). Já os embarques, na semana encerrada em 24/05, chegaram a 337.900 toneladas, acumulando desde setembro/11 um total de 31,2 milhões de toneladas, contra 37,9 milhões um ano antes.

Por sua vez, o plantio de soja nos EUA atingiu a 89% no dia 27/05, contra 61% na média histórica. Chuvas razoáveis ocorridas em parte do Meio-Oeste daquele país mantiveram o sentimento de safra cheia para esse ano, fato que segura os preços em Chicago e até faz pressão para baixo nos mesmos (maio/13 fechou neste dia 31/05/12 em US$ 12,44/bushel).

Todavia, no curto prazo as cotações ainda encontraram suporte em nova revisão para baixo da safra da Argentina. Agora, segundo a Bolsa de Buenos Aires, a mesma deverá ficar em apenas 39,9 milhões de toneladas, contra 41 milhões na estimativa anterior. Após a seca, são as enchentes na região produtora argentina que vêm retirando produtividade da safra atual, que ainda está sendo colhida.
Nesse sentido, até o dia 24/05 cerca de 87% da área estava colhida no vizinho país, contra 92% no ano anterior nessa época.

Por sua vez, a comercialização da atual safra, na Argentina, atinge a 55% do total, contra 48% no ano passado nessa época.
Outro fator de suporte de curto prazo foi dado pelo Conselho Internacional de Grãos, ao anunciar que, diante da nova realidade argentina, a produção total da América do Sul fique em apenas 114,4 milhões de toneladas, contra uma expectativa inicial de 137 milhões de toneladas. Com isso, a demanda mundial se manterá firme sobre a soja dos EUA, não havendo espaço para uma frustração de safra nesse país. Efetivamente, o quadro geral não mudou: se a tendência é de preços menores diante de uma safra normal nos EUA e do recrudescimento da crise econômica mundial no momento, qualquer frustração de safra nos EUA fará Chicago assistir a novas e fortes altas até o final do ano.

Pelo lado da produção brasileira, enquanto a Conab fala de uma safra final ao redor de 65,9 milhões de toneladas, analistas privados (Safra & Mercado) indicam um volume final de 66,3 milhões. Mesmo assim, muito abaixo das previsões iniciais que chegavam a se aproximar de 76 milhões de toneladas no início do plantio, no ano passado.

Quanto a demanda, a China indica importações de 7,23 milhões de toneladas no mês de maio, o que é um volume considerável. Para junho, as mesmas ficariam em 4,16 milhões de toneladas.

Enfim, os prêmios nos diferentes portos oscilaram da seguinte forma: portos brasileiros, entre 60 centavos e US$ 1,05/bushel, com recuo em relação aos melhores momentos do ano; no Golfo do México (EUA) valores entre 65 e 68 centavos/bushel; e em Rosário (Argentina) entre 35 e 45 centavos. Vale destacar que, para abril-maio de 2013, na expectativa de uma safra cheia no Brasil, o porto de Paranaguá já indica prêmios entre apenas 5 e 12 centavos/bushel, contra os atuais 60 a 65 centavos.

Os preços no mercado brasileiro acabaram se mantendo relativamente estáveis, já que igualmente o câmbio, apesar das fortes intervenções do Banco Central brasileiro, se manteve entre R$ 1,97 e R$ 2,02 durante a semana. Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 54,36/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 60,50 e R$ 62,00/saco. Nas demais praças brasileiras os lotes giraram entre R$ 54,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 61,50/saco no norte e oeste do Paraná. Na BM&F/Bovespa, a semana fechou com o contrato julho registrando US$ 31,38/saco, contra setembro/12 em US$ 30,24/saco. Já o mês de maio/13 ficou em US$ 26,70/saco.

No mercado físico brasileiro, os preços futuros, no interior gaúcho, ficaram em R$ 54,00/saco para maio/13. Em Goiás, para março/13, o valor do saco atingiu a R$ 48,00, enquanto em Minas Gerais (Triângulo Mineiro) o valor médio ficou em R$ 50,50/saco nos lotes para abril/13. Enfim, na Bahia e no Maranhão, para maio/13, os preços estiveram em R$ 48,00/saco. Já em Tocantins, a soja futura para abril/13, na compra, bateu em R$ 46,50/saco.

No geral, os preços continuam muito bons a julgar pela tendência que se observa para a colheita do próximo ano, caso a safra seja cheia e o câmbio se mantenha nos atuais patamares (o mercado reviu sua posição nesta semana e espera agora um câmbio, no final de 2012, a R$ 1,90).

Acima o gráfico da variação de preços da soja no período de 04/05 a 31/05/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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