As cotações do milho em Chicago, que chegaram a US$ 5,97/bushel no dia 15/05, acabaram fechando o dia 17/05 (quinta-feira) em US$ 6,25/bushel, acusando um bom ajuste técnico após as quedas no início da semana.
Afora o movimento especulativo do capital financeiro, proporcionado pela continuidade e aprofundamento da crise mundial, com ameaças de saída da Grécia da chamada Zona Euro, o mercado não tem fundamentos altistas suficientes. Até mesmo o petróleo recuou no mercado mundial durante a semana, se aproximando dos US$ 92,00/barril, o que diminui a importância do etanol de milho produzido nos EUA.
Ainda nos EUA, o plantio e o clima transcorrem bem, com o primeiro chegando a 87% da área esperada, contra 66% na média, havendo 56% das lavouras semeadas em germinação, contra 28% na média.
O mercado começa a especular que, na entrada da nova safra, a partir de setembro/outubro, Chicago possa romper o piso de US$ 5,00/bushel, diante de novas quedas possíveis.
No Brasil, a tendência geral não mudou, com a média gaúcha no balcão fechando a semana em R$ 24,37/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 24,25 e R$ 24,75/saco. Durante a semana, os preços dos lotes voltaram a cair, com a praça de Rondonópolis (MT) registrando R$ 17,00/saco. Os valores gerais desses lotes oscilaram entre R$ 15,50/saco no nortão mato-grossense e R$ 25,25/saco no oeste catarinense. Nota-se que o avanço da safrinha, diante de um clima perfeito, começa a provocar importante distanciamento entre os preços do Centro-Oeste e os do Sul do Brasil, onde há falta de milho. Aliás, para julho/agosto o milho safrinha ficou cotado, em Lucas do Rio Verde, a R$ 13,50/saco, enquanto em Sinop chegou a R$ 12,80/saco no final desta semana. Todavia, por enquanto os produtores locais estão resistindo a vender o produto a esses preços. (cf. Safras & Mercado)
Para complicar mais as coisas, o Paraguai também projeta uma safrinha de milho recorde, com a mesma podendo ficar em 3,5 milhões de toneladas. Parte desse produto deverá vir abastecer o Sul do Brasil, forçando novas baixas de preços no médio prazo.
Na exportação, o mês de maio teria embarques de apenas 92.000 toneladas, colocando o acumulado do ano comercial, iniciado em fevereiro/12, com apenas 700.000 toneladas embarcadas, quando o necessário, para sustentar os preços do cereal parcialmente, no final do ano, é de o país alcançar um total de 10 milhões de toneladas pelo menos.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 41,86 e R$ 37,65/saco respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina, ambos para maio. Já para junho o produto argentino ficou em R$ 35,07/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, ficou em R$ 27,82/saco para maio; R$ 27,63 para junho; R$ 26,60 para julho; R$ 25,57 para agosto; R$ 25,09 para setembro; R$ 24,86 para outubro; R$ 24,94 para novembro; e R$ 25,13/saco para dezembro.
Acima o gráfico da variação de preços do milho no período de 13/04 a 10/05/2012.
Fonte: CEEMA –Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.