As cotações do milho em Chicago tiveram um comportamento distinto ao da soja durante a semana. Tendo registrado US$ 6,21/bushel uma semana antes, o fechamento desta quinta-feira (26) ficou em US$ 6,24, após US$ 6,11/bushel na véspera. Portanto, na comparação entre as duas culturas (soja e milho), o comportamento das cotações respectivas confirma o forte componente especulativo na soja em busca de uma maior valorização da mesma visando convencer aos produtores para que aumentem a área semeada. Isso leva a crer que, passada esta fase, as cotações da soja realmente se reduzirão para níveis proporcionalmente mais adequados.
Dito isso, o mercado não descarta novas baixas nas próximas semanas. Por enquanto, os altos preços da soja acabaram segurando novas baixas do milho em Chicago.
Ao mesmo tempo, a exportação dos EUA, na semana anterior, ficou em 300.400 toneladas, ou seja, bem abaixo do esperado pelo mercado. Paralelamente, o plantio do cereal naquele país chegou a 28% até o dia 22/04, contra apenas 15% na média histórica. 9% do cereal plantado já estaria germinado, contra a média de 2%, o que estaria indicando uma safra mais precoce. (cf. Safras & Mercado)
Vale ainda destacar que, momentaneamente, durante a semana, o mercado ficou mais agitado devido a confirmação de alguns casos de vaca louca na Califórnia (EUA). Porém, como esse estado não é um importante produtor, o mercado relativizou o problema.
Por sua vez, na Argentina e no Paraguai os preços da tonelada FOB ficaram respectivamente em US$ 246,00 e US$ 167,50, caracterizando um forte recuo em relação as semanas anteriores.
E isso, mesmo com o governo argentino revendo para baixo a safra de milho do país, ao anunciar a estimativa de 20,3 milhões de toneladas, contra uma projeção inicial que chegou a bater em 29 milhões de toneladas antes do plantio.
Já no Brasil, os preços voltaram a recuar na média semanal. O balcão gaúcho ficou em R$ 25,49/saco, enquanto os lotes fecharam a semana em R$ 24,75 e R$ 25,35/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 18,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,85/saco em Videira e Concórdia (SC). Para a safrinha, onde o clima transcorre bem, com as chuvas voltando inclusive no Paraná, os preços na região do Mato Grosso ficaram entre R$ 14,00/saco em Lucas do Rio Verde e Sorriso, e R$ 16,50/saco em Primavera do Leste, mas sem negócios. (cf. Safras & Mercado)
A quebra da safra de verão no Rio Grande do Sul estaria se consolidando em 50%, fato que obrigará o estado gaúcho a importar cerca de 2,5 milhões de toneladas neste ano. No total do Centro-Sul brasileiro a colheita da safra de verão já se aproxima de 90%, tendo sido praticamente encerrada no Rio Grande do Sul.
Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 39,13/saco para o produto dos EUA e R$ 34,53/saco para o produto da Argentina, ambos para abril. Já para maio o produto argentino ficou em R$ 34,76/saco. Nota-se, aqui também, um recuo nos valores em relação às semanas anteriores. Enquanto isso, na exportação, o transferido via Paranaguá bateu em R$ 26,08/saco para abril; R$ 26,25 para maio; R$ 26,24 para junho; R$ 25,76 para julho; R$ 25,46 para agosto; R$ 24,56 para setembro; R$ 23,98 para outubro e R$ 24,09/saco para novembro.
Acima o gráfico da variação de preços do milho no período de 30/03 a 26/04/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.