As cotações do trigo em Chicago seguiram praticamente na mesma linha do comportamento observado com o milho. Após US$ 6,24/bushel no fechamento do dia 19/04, o mercado chegou a US$ 6,26 uma semana depois, antes tendo atingido a US$ 6,15 no dia 20/04 e US$ 6,16/bushel no dia 25/04.
Enquanto isso, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, referentes à temporada comercial 2011/12, iniciada em junho/11, ficaram em 365.900 toneladas na semana encerrada em 16 de abril, contra 452.100 toneladas na semana anterior. O Egito, que adquiriu 115.000 toneladas no período, foi o principal país comprador. Já as vendas líquidas referentes à temporada comercial 2012/13 ficaram em 76.300 toneladas, ante 90.400 toneladas na semana anterior. A República Dominicana, com 43.500 toneladas, foi o principal comprador.
Por sua vez, as inspeções de exportação estadunidenses de trigo chegaram a 663.783 toneladas na semana encerrada no dia 19 de abril. No acumulado do ano comercial, iniciado em junho/11, as inspeções somam 24,37 milhões de toneladas, contra 29,76 milhões no ano anterior, na mesma época.
Quanto ao plantio da nova safra nos EUA, o trigo de primavera chegava a 57% da área até o dia 22/04. Em igual período do ano passado a área alcançava apenas 6%, enquanto a média histórica é de 19%. Isso dá a dimensão da rapidez com que a atual safra vem sendo semeada, indicando também aqui uma colheita precoce. Paralelamente, 64% das lavouras estavam entre boas a excelentes condições, contra 27% em situação regular e 10% em condições entre ruins e muito ruins.
Já na Austrália, a expectativa é de uma safra excelente, com a produção devendo alcançar 26,1 milhões de toneladas no atual ano comercial 2012/13 (encerramento em 31/03/13), porém, abaixo das 29,5 milhões registradas nesse último ano.
Por outro lado, no Mercosul, os preços se comportaram da seguinte maneira: no Upriver argentino, para abril/maio, a tonelada ficou em US$ 236,00, representando perda de 4,1% no mês. Em Bahia Blanca a tonelada ficou em US$ 247,00, com perda de 3,5% no mês. Em Necochea, o valor da tonelada registrou US$ 232,00, com perda mensal de 3,7%. No Uruguai, a referência na compra ficou em US$ 243,00/tonelada, com recuo de 2,8%, enquanto no Paraguai o valor de compra ficou em US$ 270,00/tonelada e variação negativa de 3,6% em relação ao mês anterior. (cf. Safras & Mercado)
No mercado brasileiro, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 24,10/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 455,00 a R$ 470,00/tonelada. Já no Paraná, os lotes giraram entre R$ 495,00 e R$ 505,00/tonelada. Há uma expectativa que, nesse momento de entressafra, os preços do cereal se mantenham mais firmes, pelo menos até setembro, quando se inicia a colheita no Paraná. Obviamente, tudo isso irá depender igualmente do clima. Enfim, apesar da recuperação destas últimas semanas, os atuais preços continuam entre 5% a 7% abaixo do praticado um ano antes nesta mesma época.
A título de comparação, em São Paulo o preço CIF moinhos locais chegou a R$ 550,00/tonelada e mesmo assim não houve negócios. Por um lado há uma menor oferta do Paraná e, por outro lado, o produto argentino voltou a chegar mais barato no país.
Para esta nova safra, o plantio no Paraná já teria atingido a 17% da área esperada, enquanto o mercado projeta, em clima normal, uma colheita final nacional de 5,4 milhões de toneladas. No total, o país teria uma redução de 5% em sua área semeada com o cereal, com a mesma alcançando 2,15 milhões de hectares. Espera-se uma boa melhoria na produtividade média final.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.