As cotações do milho igualmente recuaram durante a semana, antes de retomarem as altas na quinta-feira (19). Assim, após o bushel ter batido em US$ 6,37 no dia 12/04, o mesmo chegou a US$ 6,01 no dia 18/04, fechando em 19/04 a US$ 6,21.
Mesmo assim, não há fundamentos altistas que deixem antever, em Chicago, uma recuperação maior de preços, salvo o comportamento do clima nos EUA. Por enquanto, o mesmo está positivo fato que explica os 17% de área semeada até o dia 15/04, contra a média histórica de apenas 5%. Aliás, o maior estado produtor dos EUA, Illinois, já alcançava 41% da área, contra 6% na média histórica.
Paralelamente, as exportações na semana anterior chegaram a 959.000 toneladas e na atual semana 1,09 milhão de toneladas. Nesse último caso, acima das expectativas do mercado.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana valendo US$ 260,00 e US$ 175,00 respectivamente.
Já no mercado interno brasileiro os preços continuaram seu recuo semanal, pressionados pela expectativa de uma safrinha recorde, a qual exigirá exportações importantes, as quais não estão ainda ocorrendo. Assim, enquanto o balcão gaúcho ficou em R$ 25,70/saco, os lotes fecharam a semana em R$ 26,50/saco.
Nas demais praças brasileiras, os lotes giraram entre R$ 19,25/saco em Sapezal (MT) e R$ 26,25/saco em Videira e Concórdia (SC). Nota-se, na tabela no início deste informativo, que algumas regiões do país, em termos médios, chegaram a perder entre 4% e 7% de seu preço na semana (Centro-Oeste e São Paulo).
Ao mesmo tempo, a safra de verão está colhida na altura de 80% no Centro-Sul brasileiro. O problema agora é dinamizar as exportações para encurtar os elevados estoques projetados, a partir de uma safrinha que possa ser recorde.
Todavia, mesmo com um câmbio rondando o valor de R$ 1,89 no momento as vendas externas não melhoram. Nesse momento, mesmo com as exportações superando 10 milhões de toneladas, os estoques finais no atual ano comercial 2012/13 ainda superariam 5 milhões de toneladas, o que se consolidaria como um dos maiores estoques dos últimos anos.
Isso explica porque, das últimas semanas para cá, os preços do milho safrinha no Mato Grosso vieram abaixo. Alguns negócios, para junho e julho, estão saindo a valores entre R$ 15,00 e R$ 16,00/saco, embora a resistência dos produtores em vender a esses preços. Todavia, para agosto e setembro os exportadores estão oferecendo apenas entre R$ 12,00 e R$ 13,00/saco. Isso tudo na região de Lucas do Rio Verde e Sorriso. Com isso o mercado paralisou na região.
Para complicar o quadro algumas estimativas avançam a possibilidade da safrinha ser maior do que o previsto inicialmente. Obviamente, o clima é agora o elemento essencial para que tudo isso se confirme. Na BM&F/Bovespa, o mês de novembro continua acima da paridade de exportação, indicando ainda existir oportunidade de venda, a qual não deve ir longe.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 38,49/saco para o produto dos EUA e R$ 35,94/saco para o produto da Argentina, ambos para abril. Para maio, o produto argentino ficou no mesmo preço de abril. Quanto às exportações, o transferido via Paranaguá chegou a R$ 26,20/saco para abril; R$ 26,22 para maio; R$ 26,02 para junho; R$ 25,97 para julho; R$ 24,90 para agosto; R$ 24,90 igualmente para setembro; R$ 23,98 para outubro; e R$ 24,09/saco para novembro.
Ao lado o gráfico da variação de preços do milho no período de 23/03 a 19/04/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário.