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15h06

ANÁLISE DO MERCADO DO TRIGO – período entre 13/04/2012 a 19/04/2012

As cotações do trigo em Chicago tiveram o mesmo comportamento verificado com a soja e o milho, embora em menos intensidade. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (19) em US$ 6,24, após US$ 6,10 na véspera e US$ 6,39 uma semana antes.

Na prática, o mercado não tem motivos para grandes elevações, salvo a especulação financeira. A oferta mundial é grande e o plantio da atual safra do trigo de primavera, nos EUA, avança rapidamente. Segundo o USDA, até o dia 15/04, o mesmo chegava a 37% da área projetada, contra 9% na média histórica.

Ao mesmo tempo, as condições das lavouras indicam 64% entre boas e excelentes, 25% em estado regular e 11% entre ruins a muito ruins.

Por sua vez, as vendas líquidas dos EUA, referentes a temporada 2011/12, iniciada em 1º de julho, chegaram a 452.100 toneladas na semana encerrada em 05/04. O Egito foi o principal comprador com 70.800 toneladas. Para o ano comercial 2012/13 as vendas líquidas atingiram a 90.400 toneladas na mesma semana, após 103.400 toneladas na semana anterior. (cf. Safras & Mercado)

Já as inspeções de exportação estadunidenses de trigo atingiram a 700.632 toneladas na semana encerrada em 12/04. No acumulado do ano comercial iniciado em 1º de julho de 2011, as inspeções somam 23,69 milhões de toneladas, contra 28,98 milhões em igual momento do ano anterior. Isso representa que as mesmas estão com um recuo de 18,2% atualmente.

Na Argentina, o plantio de trigo deve recuar 15% em 2012/13 em função dos preços muito baixos no mercado mundial, além das políticas internas de desestímulo às exportações, as quais reduzem ainda mais os preços internos. No último ano a Argentina semeou 4,6 milhões de hectares com o cereal.

No Mercosul, o Up River, para abril/maio, indicou preços de US$ 238,00/tonelada, com um recuo de 3,3% sobre os preços do mês anterior. Em Bahia Blanca o valor ficou em US$ 249,00/tonelada, com recuo de 2,7% no mês. Em Necochea o valor esteve em US$ 234,00/tonelada, com redução mensal de 2,9%. No Uruguai, na compra o preço praticado foi de US$ 246,00/tonelada, com recuo de 1,6% em um mês. Já no Paraguai a indicação de compra se manteve em US$ 274,00/tonelada e recuo de 0,4% sobre o mês anterior.

Enfim, no mercado brasileiro as médias semanais se alteraram nos lotes. O balcão gaúcho ficou em R$ 24,10/saco, porém, os lotes subiram para valores entre R$ 448,00 e R$ 451,00/tonelada. No Paraná, os lotes ficaram entre R$ 495,00 e R$ 497,00/tonelada. Isso se deve ao fato de que haveria mais de 80% da safra destes dois Estados já comercializada. Mesmo assim, os negócios são poucos no momento.

Dito isso, em São Paulo, para o produto posto moinhos, os compradores ofertam o valor de R$ 540,00/tonelada, porém, não há vendedores. Hoje, pela paridade de importação, o cereal chegaria em São Paulo a R$ 592,00/tonelada, enquanto o produto procedente da Argentina chegaria a R$ 576,00/tonelada. Assim, mesmo as altas do dólar não tiraram a competitividade do produto argentino, já que os preços no Brasil subiram um pouco.

Quanto ao plantio, no Paraná o mesmo chegou a 13% da área esperada, sendo que esta última deve se confirmar em recuo de 15% a 20%. No Rio Grande do Sul, expectativas mais recentes dão conta de um aumento de até 18% na área a ser semeada com o cereal. No primeiro caso, o milho safrinha será beneficiado, pois está com preço interessante e seu rendimento é bem melhor. No segundo caso, pela falta de alternativa no inverno, associada a forte perda de liquidez com a frustração na última safra de verão.

Ao lado o gráfico da variação de preços do trigo no período entre 23/03 e 19/04/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário.

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