As cotações do milho em Chicago fecharam a quinta-feira (12) em US$ 6,37/bushel. Nota-se que houve igualmente um pequeno recuo em relação à semana anterior, sem recuperação no final da atual semana.
O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado em 10/04, pouco trouxe de novidades. O mesmo indicou, no que diz respeito à safra dos EUA, que o patamar médio de preços aos produtores desse país fica agora calculado entre US$ 6,00 e US$ 6,40/bushel para 2011/12. Ou seja, exatamente onde o mercado vem operando nos últimos tempos. Quanto ao cenário externo, a produção mundial foi mantida em 864,9 milhões de toneladas. Todavia, houve um recuo de 2 milhões de toneladas na estimativa dos estoques finais mundiais, com os mesmos baixando para 122,7 milhões de toneladas. A safra do Brasil foi mantida em 62 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina sofreu um recuo para 21,5 milhões. O relatório projeta exportações brasileiras em 10,5 milhões de toneladas, enquanto as da Argentina foram mantidas em 14 milhões de toneladas.
Afora isso, durante a semana o mercado trabalhou com a informação de que uma forte frente fria, com temperaturas beirando a zero grau, poderia estar chegando novamente na região de produção de milho, fato que prejudicaria as lavouras já semeadas. Nesse sentido, os produtores estadunidenses continuam apostando forte no milho, tendo a área já atingindo a 7% do total esperado, um recorde histórico para esta época do ano.
Paralelamente, a exportação semanal de milho nos EUA ficou abaixo do esperado pelo mercado, registrando 594.571 toneladas.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB ficou em US$ 267,00 e US$ 180,00 respectivamente, em ambos os casos para abril.
Já no Brasil, a perspectiva de uma safrinha maior (a Conab acaba de estimar uma produção de 29 milhões de toneladas) continua a pressionar para baixo os preços do cereal. Assim, a média gaúcha no balcão recuou para R$ 25,76/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 27,35/saco em termos médios. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 20,50/saco no Nortão mato-grossense (Sinop, Lucas do Rio Verde, Sapezal, Sorriso...) e R$ 27,25/saco em Videira e Concórdia (SC).
Na BM&F/Bovespa, os contratos para setembro e novembro estão mais elevados do que a paridade de exportação, indicando um descompasso em relação a tendência de baixa do mercado. Haveria entre R$ 2,50 e R$ 3,00/saco acima do que realmente o mercado está indicando no momento.
Vale ainda destacar que houve boas chuvas no Paraná e interior de São Paulo no último final de semana, aliviando as condições potenciais de quebra na safrinha que já estavam se desenhando.
Nesse contexto, salvo no Rio Grande do Sul e oeste catarinense, nas demais regiões do país a pressão de baixa deverá permanecer. Nas duas regiões citadas, os preços encontrarão seu limite no valor do produto importado do Centro-Oeste, posto nos locais de consumo. Um alívio nesse quadro baixista poderá vir da exportação, caso a mesma ocorra em níveis importantes (pelo menos 10 milhões de toneladas) já que existem projeções de estoques finais entre 7 e 10 milhões de toneladas no país, no conjunto da safra nacional. Nesse sentido, existe concentração de exportações em julho e agosto, pouco havendo de indicações para depois de setembro. (Cf. Safras & Mercado)
Falando em safrinha de milho, no Mato Grosso o mercado paralisou, sendo que os preços de compra recuaram bastante, batendo agora entre R$ 12,50 e R$ 13,00/saco na região de Sorriso e Lucas do Rio Verde, e R$ 16,50/saco em Primavera do Leste. Os produtores estão resistindo a vender nesses preços.
Enfim, na importação, no CIF indústrias brasileiras, o milho dos EUA e da Argentina, para abril, ficou cotado a R$ 40,42/saco e R$ 37,20/saco respectivamente. Para maio, o milho argentino ficou em R$ 36,98/saco. Já na exportação, o transferido via Paranaguá atingiu a R$ 26,97/saco para abril; R$ 27,14 para maio; R$ 26,89 para junho; R$ 27,08 para julho; R$ 25,90 para agosto; R$ 25,09 para setembro; R$ 23,98 para outubro; e R$ 24,09/saco para novembro.
Ao lado o gráfico da variação de preços do milho no período de 16/03 a 12/04/2012.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário.