As cotações em Chicago, apesar dos números do relatório de intenção de plantio, subiram na sexta-feira (30/03), batendo em US$ 6,44/bushel, após US$ 6,04 na véspera e US$ 6,51 na média de março. Tal comportamento se deu pela pressão exercida no mercado da soja, francamente altista, mas também porque o relatório reduziu os estoques trimestrais dos EUA, na posição de 1º de março, indicando um volume de 152,7 milhões de toneladas. Esse volume abaixo do esperado deverá fazer com que o USDA corrija para baixo o estoque final anual de milho nos EUA, em seu relatório de oferta e demanda, previsto para o próximo dia 10/04. A redução poderá ser de 3 a 4 milhões de toneladas.
Com isso, no transcorrer da atual semana os preços subiram um pouco mais e estabilizaram posteriormente, fechando a quinta-feira (05/04) em US$ 6,58/bushel.
Vale destacar que as exportações semanais foram muito ruins, com um volume de apenas 130.700 toneladas, enquanto o mercado esperava entre 600.000 e 900.000 toneladas.
Paralelamente, o plantio da nova safra nos EUA está adiantado, chegando a 3% da área esperada, contra 2% na média histórica. O clima transcorre bem e as projeções para os próximos 10 dias dão conta de clima normal na região produtora daquele país.
Por enquanto, o cenário estadunidense sugere um mercado apertado em milho, particularmente agora em que o Congresso dos EUA aprovou a mistura de 15% de etanol de milho na gasolina, contra os 10% até então em vigor. Nesse contexto, não há
sinais, até o momento, de que o produtor local irá deixar áreas de milho em favor da soja.
Na Argentina e no Paraguai, a semana fechou com a tonelada FOB valendo respectivamente US$ 269,00 e US$ 185,00.
Já no mercado brasileiro, os preços voltaram a recuar nos lotes. O balcão gaúcho, onde a oferta de milho é baixa, fechou em R$ 26,17/saco, registrando um aumento. Os lotes, no Estado, estão sendo negociados entre R$ 27,00 e R$ 28,00/saco, mantendo-se relativamente firmes. Todavia, nas demais praças nacionais, os lotes cederam, fechando a semana entre R$ 21,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 27,75/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia. A média em Rondonópolis (MT), por exemplo, já caiu para R$ 22,35/saco. A safrinha, no Mato Grosso, para julho/agosto, ficou cotada entre R$ 16,00 e R$ 20,00/saco dependendo da região.
Nesse contexto, tem causado estranheza o comportamento ainda altista na BM&F/Bovespa para os contratos de milho. O mês de novembro, por exemplo, segue acima da paridade de exportação que é, hoje, de R$ 24,00/saco. (cf. Safras & Mercado) No geral, não há muitas notícias adicionais que possam elevar os preços do milho no mercado brasileiro, salvo uma frustração na safrinha.
Enfim, as exportações de março ficaram em 280.000 toneladas, fato que deixa o acumulado do atual ano comercial 2012/13, iniciado em fevereiro, com um total de 560.000 toneladas exportadas.
A semana terminou com os preços na importação, no CIF indústrias brasileiras, chegando a R$ 41,37/saco e R$ 37,45/saco respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina, ambos para abril. Por outro lado, o produto argentino, para maio, ficou em R$ 37,23/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá, atingiu a R$ 28,11/saco para abri; R$ 28,08 para maio; R$ 27,94 para junho; R$ 28,00 para julho; R$ 26,14 para agosto; R$ 25,63 para setembro; R$ 24,20 para outubro; e R$ 24,09/saco para novembro.
Fonte: Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário