O número de plantas daninhas resistentes a herbicidas continua aumentando no Brasil. Os mais novos casos de resistência relatados envolvem a espécie daninha Lolium multiflorum, popularmente conhecida como azevém. Essa planta daninha adquiriu resistência ao glifosato em 2003, mas em 2010 e 2011 foram registradas plantas com resistência aos herbicidas inibidores da enzima Acetolactato sintase (ALS) e Acetil co-enzima A carboxilase (ACCase), respectivamente.
Dentre os herbicidas inibidores da ALS estão as moléculas iodosulfurom, principal herbicida usado em trigo e nicosulfurom, usado em milho, para controle de azevém. Já entre os inibidores da ACCase, estão as moléculas clodinafop, usado em trigo, e cletodim usado em manejo pré-semeadura da soja e do milho para controle de azevém. Dessa forma, atualmente, existem no Rio Grande do Sul biótipos de azevém com resistência múltipla, ou seja, resistentes ao glifosato e aos inibidores da ACCase e biótipos resistentes ao glifosato e inibidores da ALS. Até o momento não foram encontrados biótipos com resistência simultânea aos três mecanismo de ação (glifosato, inibidores da ACCase e ALS).
Com o advento da resistência múltipla, os produtores devem ficar atentos e alternar os herbicidas de acordo com o tipo de resistência presente na área. No caso de resistência simples do azevém, somente ao glifosato, pode-se utilizar na área os herbicidas inibidores da ALS ou da ACCase. Já nos casos de resistência múltipla, ou seja, ao glifosato e aos inibidores da ALS, somente os inibidorers da ACCase serão eficientes. Por outro lado, nos casos de resistência múltipla que envolva o glifosato e os inibidores da ACCase, somente os inibidores da ALS serão eficientes.
Os biótipos resistentes foram identificados somente no Rio Grande do Sul, em lavouras comerciais. As medidas de prevenção e manejo da resistência devem ser adotadas pelos produtores para reduzir a dispersão e prolongar o tempo de uso dos herbicidas aos quais o azevém adquiriu resistência. Dentre as medidas de prevenção e manejo destaca-se:
•uso de sementes certificadas;
•não usar repetidamente o mesmo mecanismo herbicida;
•e eliminação de plantas “voluntárias” ou “escapes”, considerando que a
resistência se dispersa via pólen.
Fonte: Assessoria de Comunicação Embrapa Trigo