As cotações do milho em Chicago recuaram um pouco durante esta semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 6,44/bushel, após US$ 6,73 no dia 16/03.
Também aqui o mercado está na expectativa do relatório de intenção de plantio e dos estoques trimestrais dos EUA, previsto para o dia 30/03, e a possibilidade, agora mais concreta, de haver uma redução da área semeada em favor da soja. Isso porque, enquanto o bushel de milho subiu 8,6% nos últimos dois meses (meados de janeiro a meados de março), o bushel da soja ganhou 14% no mesmo período. Todavia, considerando a produtividade média obtida na última safra, o milho ainda resulta em uma renda bruta por hectare maior, com US$ 948,00 por acre, contra US$ 560,00 da soja, aos preços praticados nesse momento em Chicago.
Nesse contexto, as primeiras projeções privadas indicam um aumento de área no milho, contrariando a expectativa de que o cereal viesse a ceder espaço para a soja. Área entre 38,4 e 38,6 milhões de hectares foram avançadas neste final de semana. Parece ser consenso igualmente que o plantio do cereal nos EUA será mais precoce, o que melhoraria a produtividade. Além disso, as previsões meteorológicas dão conta de clima normal nessa primavera/verão estadunidense. (cf. Safras & Mercado)
Nessas condições, o bushel de milho encontra dificuldades para subir em Chicago, embora o relatório do dia 30/03 tenda a ser o divisor de águas a respeito.
Vale ainda destacar que as exportações estadunidenses de milho foram baixas na semana que passou, ficando em 589.489 toneladas, contra uma expectativa do USDA de 787.679 toneladas.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB de milho ficou em US$ 265,00 e US$ 180,00 respectivamente.
No mercado brasileiro, embora o preço de balcão tenha se mantido acima de R$ 26,00/saco e os lotes acima de R$ 27,00/saco, ambos na média gaúcha, nas demais praças nacionais os lotes voltaram a recuar durante a semana. Os preços médios oscilaram entre R$ 21,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 27,75/saco nas regiões catarinenses de Videira, Chapecó e Condórdia. Para a safrinha, em Goiás há negócios entre R$ 21,00 e R$ 22,00/saco na exportação, para embarques entre junho e julho próximos. No Mato Grosso, a safrinha fechou a semana cotada a R$ 15,50/saco na região de Lucas do Rio Verde e Sorriso, e até R$ 18,00/saco em Primavera do Leste.
Enquanto isso, a Conab realizou leilão de milho no dia 21/03, negociando 15.919 toneladas ou 46% do total ofertado.
Enfim, com a sinalização de clima normal nos EUA e no Centro-Oeste, a tendência é de uma safra e safrinha cheias nestas regiões, o que segura qualquer aumento de preço no momento.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para março, respectivamente R$ 41,28 e R$ 36,91/saco para o produto oriundo dos EUA e da Argentina. Para abril, o produto argentino se manteve em R$ 36,91/saco. Já na exportação, no transferido via Paranaguá, o mês de março ficou em R$ 28,00/saco; abril em R$ 28,19; maio em R$ 28,13; junho em R$ 28,02; julho R$ 27,41; agosto R$ 26,95; setembro R$ 26,54; e outubro R$ 25,07/saco. Nota-se um recuo contínuo nos preços do saco de milho na medida em que os meses avançam!
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e Estudos de Mercado Agropecuário.