Os preços da soja melhoraram substancialmente nestas últimas semanas. Alguns fatores explicam isso:
1) a seca no sul da América do Sul, que deverá fazer a região perder entre 10 a 15 milhões de toneladas nesta safra;
2) a volta dos Fundos especulativos na ponta compradora na Bolsa de Chicago;
3) as cotações, nessa Bolsa, chegando acima de US$ 13,50/bushel no momento, puxadas por esses fatores e mais a intenção de estimular os produtores dos EUA a plantarem mais área com soja em 2012;
4) regionalmente, a forte quebra de safra no Rio Grande do Sul, onde a produção poderá ser menor entre 50% a 70% do inicialmente esperado (incluindo, nesse último caso, a qualidade dos grãos colhidos); e, finalmente,
5) a desvalorização momentânea do Real, provocada pela intervenção do governo nessas últimas duas semanas. Esse conjunto de fatores trouxe os preços da oleaginosa, no mercado gaúcho, a valores médios de R$ 46,50/saco no balcão, nesta semana. Os lotes alcançaram valores ao redor de R$ 52,00 a R$ 53,00/saco no interior do Estado.
No ano passado, nesta mesma época, o balcão gaúcho pagava R$ 43,88/saco, enquanto os lotes oscilavam entre R$ 46,50 e R$ 47,00/saco. Infelizmente, para os produtores que perderam grande parte da safra devido ao clima (maioria dos gaúchos, parte de catarinenses e paranaenses) tais preços não compensam as perdas físicas.
De fato, considerando a produtividade média estadual e o preço médio de balcão em meados de março, para 2011 e 2012, a perda financeira bruta dos produtores atingidos pela seca chega a 42% na atual colheita. Todavia, para aqueles que terão uma safra normal (o restante do país), os ganhos proporcionais acabarão sendo melhores do que os projetados inicialmente.
Fonte: Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA