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11h14

MERCADO DA SOJA - período entre 09/03/2012 a 15/03/2012

As cotações da soja em Chicago continuam subindo firme, puxadas particularmente pelo movimento artificial de valorização visando uma semeadura maior nos EUA, em relação ao milho, nesta próxima safra de verão nesse país. Soma-se a isso a presença dos Fundos especulativos na Bolsa e a confirmação de importante quebra de safra em parte do Brasil e na Argentina, embora nesse último caso o mercado já tenha precificado o problema (a novidade, nesse sentido, é a possibilidade de mais perdas devido a forte onda de calor na região sul do Brasil nos primeiros 13 dias de março).

Desta forma, o fechamento deste dia 15/03 ficou em US$ 13,69/bushel (o primeiro mês cotado passou a ser maio/12), após US$ 13,16 no primeiro dia do mês de março e US$ 12,58/bushel na média de fevereiro passado. Ou seja, os preços atuais já ultrapassam em mais de um dólar o valor da média do mês passado.
Dito isso, nos EUA os registros de exportação para a safra 2011/12, na semana encerrada em 1º de março, chegaram a 1,015 milhão de toneladas, acumulando 29,87 milhões de toneladas nesse ano comercial, contra 39,96 milhões em 2010/11 e 35,77 milhões em 2009/10. Como se nota, há um recuo considerável nos registros do atual ano comercial, fato que num determinado momento deverá ser considerado pelo mercado, mesmo diante de uma safra passada menor. Confirmam essa situação os números relativos aos embarques de soja pelo mesmo país. Na semana encerrada em 08/03 os mesmos ficaram em 714.300 toneladas, contra 928.700 toneladas na mesma semana do ano anterior. No acumulado do ano comercial, iniciado em setembro passado, o volume alcança 25,43 milhões de toneladas, contra 33,06 milhões no mesmo período do ano anterior (redução de 23%).

Por sua vez, o esmagamento de soja nos EUA, em fevereiro, ficou em 3,71 milhões de toneladas, contra 3,4 milhões em igual mês do ano anterior.
Na Argentina, o esmagamento de soja, em janeiro, alcançou 2,7 milhões de toneladas, contra 2,31 milhões em janeiro de 2011. No acumulado do ano comercial 2011/12, iniciado em abril/11, o total esmagado pela Argentina chega a 32,9 milhões de toneladas, contra 34,4 milhões em igual período do ano anterior.
Ainda na Argentina, a Bolsa de Cereais local estima uma colheita de 46,2 milhões de toneladas para a atual safra de soja, atingida por forte seca. O USDA continua estimando 48 milhões de toneladas a serem colhidas.

Pelo lado da demanda, a China anuncia importação de 3,83 milhões de toneladas de soja em grão, no mês de fevereiro. Isso representa 65% acima do comprado em igual mês do ano passado. Todavia, em relação a janeiro/12 as compras se retraíram em 17%. Na soma dos dois primeiros meses do ano o volume importado chega a 8,44 milhões de toneladas ou 13,2% acima do realizado em igual período de 2011. Uma boa notícia para manter as cotações elevadas em Chicago.

Destaca-se ainda, para além da seca, o fato de que a produção de biodiesel na Argentina e Brasil pode somar 6 milhões de toneladas em 2012, devendo levar a uma redução nas exportações de óleo de soja destes países.

Quanto aos prêmios nos portos, para o mês de abril, a semana fechou com os seguintes valores: nos diferentes portos brasileiros os mesmos variaram entre 68 centavos e R$ 1,17/bushel; em Rosário (Argentina) ficaram entre 41 e 46 centavos de dólar por bushel; e no Golfo do México (EUA) entre 53 e 65 centavos. Nota-se que devido à menor produção brasileira, os prêmios não têm recuado nos portos do sul do país.

De fato, o mercado brasileiro se manteve bastante aquecido nesta semana. A soma de dois fatores positivos aos preços (Chicago em alta e Real em desvalorização, pela intervenção do governo – o mesmo chegou a R$ 1,81 em alguns momentos da semana – trouxeram os preços do saco de soja, no balcão gaúcho, para R$ 46,47/saco. Os lotes, por sua vez, alcançaram R$ 52,70 a R$ 53,20/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 42,75/saco em Sapezal (MT) e R$ 52,00/saco em Cascavel, Maringá e Londrina (PR). Ou seja, nas regiões onde não houve perdas climáticas, os produtores estão obtendo uma significativa capitalização também nesta safra. Enfim, no Rio Grande do Sul, para maio/12, o preço dos lotes no FOB interior está em R$ 54,00/saco.
Já na BM&F/Bovespa, o contrato maio/12 fechou a semana em US$ 30,51/saco e para maio/13 em US$ 29,31/saco.

Quanto a colheita da soja, até o dia 09/03 o Brasil havia chegado a 46% da área total, contra 33% na média histórica. Por Estado, a colheita alcançava, na mesma data, 3% no Rio Grande do Sul, 48% no Paraná, 76% no Mato Grosso, 68% no Mato Grosso do Sul, 70% em Goiás, 60% em São Paulo, 24% em Minas Gerais, 10% na Bahia e 5% em Santa Catarina.

Enfim, segundo Safras & Mercado, a produção brasileira de soja deverá ficar em 68,2 milhões de toneladas neste ano (8% menos do que a registrada no ano passado), sendo que deste volume 37,3 milhões de toneladas serão esmagadas e 29,8 milhões deverão ser exportadas (43,7% do total produzido). Com isso, a produção nacional de farelo chegaria a 28,72 milhões de toneladas, para um consumo interno de 14,3 milhões e exportações de 14,9 milhões (51,9% do total produzido). Quanto ao óleo de soja, a produção brasileira está agora estimada em 7,09 milhões de toneladas, para um consumo interno de 5,6 milhões e exportações na ordem de 1,5 milhão de toneladas (21,2% do total produzido). Diante destes números, ajustados em função das perdas pela seca, as exportações do grão irão recuar 12% em relação ao ano anterior, enquanto o farelo aumenta 3% e o óleo recua 14%.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário

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