As cotações do milho em Chicago, ao contrário da soja, variaram muito pouco neste mês de março. O fechamento neste dia 15/03 (quinta-feira) ficou em US$ 6,69/bushel (primeiro mês cotado passou a ser maio/12), contra US$ 6,53 no primeiro dia de março e US$ 6,40/bushel na média de fevereiro passado. Isso confirma que, passado o anúncio do relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 30/03, é possível que tenhamos um ajuste para baixo nas cotações da soja (salvo se o relatório reduzir em muito a área a ser semeada com a oleaginosa).
As altas em Chicago estão na dependência do comportamento do mercado da soja. A “briga” por área, no plantio deste verão estadunidense, parece estar encaminhando uma área maior de soja, já que o diferencial de preços, no momento, chega a 2,03 vezes. Haveria uma demanda importante por sementes de soja nos EUA, fato que estaria a indicar uma possibilidade de maior área com a oleaginosa.
Todavia, outros fatores continuam baixistas para o milho. A exportação da semana anterior, em apenas 446.000 toneladas foi um deles. Ao mesmo tempo, o preço do barril de petróleo no mercado mundial estacionou ao redor de US$ 106,00 a US$ 107,00, após ter ultrapassado os US$ 110,00 semanas antes. Enfim, a produção mundial de milho está projetada em volume muito grande, mesmo com o recuo nas projeções de colheita do Brasil e da Argentina. Em contrapartida a China anuncia a possibilidade de importar 4 milhões de toneladas do cereal, sendo boa parte dos EUA, fato que pode aquecer um pouco Chicago nas próximas semanas.
No Paraguai e na Argentina, a tonelada FOB fechou a semana em US$ 190,00 e US$ 280,00 respectivamente, demonstrando estabilidade em relação aos valores das semanas anteriores.
No Brasil, os preços de balcão, no mercado gaúcho, ficaram em R$ 26,49/saco na média, enquanto os lotes voltaram a recuar um pouco, fechando em R$ 27,75/saco no norte do Estado. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 22,00/saco em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 27,50/saco em Videira (SC). Para a safrinha, os preços subiram um pouco diante da falta de chuvas que atingia parte do Paraná e algumas regiões do Centro-Oeste. Assim, para julho e agosto a região de Diamantino (MT) cotava o saco de milho safrinha em R$ 17,00, Sorriso a R$ 16,00 e Primavera do Leste a R$ 19,00. Há uma expectativa na região de que os preços possam ser reduzidos diante de novos leilões do governo previstos para a semana.
Nesse sentido, o governo anuncia leilões de 80.000 toneladas em VEP e 40.500 toneladas de venda de estoques.
O destaque maior fica por conta do clima junto à safrinha. Uma produção cheia derrubará os preços do cereal. Por enquanto a estimativa permanece de uma colheita ao redor de 28 milhões de toneladas de milho no Centro-Sul brasileiro. Isso significaria 22,7% acima do colhido na safra anterior. A produtividade média está indicada em 4.634 quilos/hectare. O principal produtor será o Mato Grosso, com 9,63 milhões de toneladas, seguido do Paraná, com 9,36 milhões, caso o clima permita. Goiás e Mato Grosso do Sul deverão alcançar 3,8 e 3,7 milhões de toneladas respectivamente. Enfim, São Paulo chegaria a 1,55 milhão de toneladas de milho safrinha. (cf. Safras & Mercado).
O plantio da safrinha, no Centro-Sul brasileiro, chega a 78% aproximadamente neste meados de março, enquanto a colheita da safra de verão atinge ao redor de 33%.
Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana em R$ 42,33/saco para o produto dos EUA e R$ 38,27/saco para o produto da Argentina, ambos para março. Já para abril, o produto argentino ficou em R$ 37,15/saco. Na exportação, o transferido, via Paranaguá, ficou em R$ 28,82/saco para março; R$ 28,96 para abril; R$ 28,90 para maio; R$ 29,13 para junho; R$ 27,96 para julho; R$ 26,71 para agosto; R$ 26,28 para setembro; e R$ 25,83/saco para outubro.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário