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08h08

ANÁLISE DO MERCADO DO TRIGO - período entre 02/03/2012 a 08/03/2012

As cotações do trigo em Chicago acabaram perdendo 40 centavos de dólar por bushel na semana, fechando em US$ 6,30 na quinta-feira (08/03).

O mercado estando abastecido e com expectativas de que a futura safra estadunidense seja boa (veja dados abaixo do relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado neste 09/03), as cotações não encontram motivos suficientes para altas, destoando do que se vê na soja.

O relatório do USDA, deste dia 09/03, trouxe as seguintes informações:

1) a produção estadunidense de trigo foi mantida em 54,4 milhões de toneladas nesta última safra, enquanto os estoques finais foram reduzidos para 22,4 milhões de toneladas, com perda de 2,37% sobre o mês de fevereiro;

2) o patamar de preços médios, para o restante do ano comercial, foi mantido entre US$ 7,15 e US$ 7,45/bushel, o que demonstra que os atuais preços praticados em Chicago estão bem abaixo de tal patamar, sugerindo uma recuperação no valor futuro do bushel;

3) a produção mundial de trigo foi elevada para 694 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais sofreram um recuo de quase quatro milhões de toneladas, se estabelecendo em 209,6 milhões de toneladas;

4) a produção do Brasil e da Argentina está projetada respectivamente em 5,8 e 14,5 milhões de toneladas para esse ano, embora o Brasil tenda a produzir menos devido a redução da área semeada;


5) a Argentina, em caso deste volume produzido, terá 9 milhões de toneladas para exportar, contra 9,5 e 5,1 milhões nos dois últimos anos respectivamente.

Dito isso, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 23/02, alcançaram 414.100 toneladas, contra 701.600 toneladas na semana anterior. O principal comprador foi a Coreia do Sul com 167.200 toneladas adquiridas. Já as inspeções de exportação estadunidenses alcançaram a 460.112 toneladas, na semana encerrada em 1º de março. No ano comercial iniciado em 1º de junho, as inspeções somam 20,2 milhões de toneladas, contra 24,1 milhões no mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, a Austrália aponta uma safra de 25,7 milhões de toneladas para o ano 2012/13. Esse volume estaria em recuo em relação ao estimado para 2011/12, que ficou em 29,5 milhões de toneladas. Haveria uma redução de área semeada para o novo ano comercial, da ordem de 2,8%.

No Mercosul, as cotações apresentaram leve alta durante a semana. Na Argentina, o Up river ficou em US$ 251.00/tonelada na compra, com alta de 1,2% em comparação ao mesmo período do mês anterior. Em Necochea, o cereal para embarque ainda neste mês está sendo cotado a US$ 246,00/tonelada na compra, o que representa uma alta de 1,2% em relação ao mês passado. Em Bahia Blanca o cereal apresenta indicação de US$ 261,00/tonelada na compra e a US$ 264,00/tonelada na venda. No Uruguai, o cereal está cotado a US$ 251,00/tonelada na compra e US$ 265,00/tonelada na venda. Já o Paraguai indica US$ 267,00/tonelada na compra e US$ 278,00/tonelada na venda. (cf. Safras & Mercado).

No mercado brasileiro, no balcão a maioria das regiões produtoras continua sem preço, enquanto a média, onde há comercialização, ficou em R$ 23,63 no Rio Grande do Sul. Nos lotes, a média semanal voltou a subir no Estado gaúcho, com a tonelada do trigo de qualidade superior passando a um intervalo entre R$ 433,00 e R$ 441,00. No Paraná, todavia, os preços estacionaram em R$ 475,00/tonelada. Em relação à mesma época do ano passado, no Paraná o preço ainda está 7,8% menor, enquanto no Rio Grande do Sul as mesmas chegam a 8,3%.

O lado positivo, além da melhora nos preços, é que o Rio Grande do Sul, nesse início de março voltou a exportar trigo. Foram 78.100 toneladas para o Irã, viabilizadas graças aos leilões de PEP e Pepro realizados pelo governo federal, os quais tornaram o trigo gaúcho competitivo em relação ao cereal dos vizinhos do Mercosul.

Nesse sentido, no dia 1º/03 dois leilões de PEP e um de Pepro foram realizados pela Conab. No geral a procura foi baixa, pois no leilão de Pepro apenas 10% das 35.000 toneladas disponibilizadas foram negociados. Já no primeiro leilão de PEP (lote 62/12) foram negociadas apenas 18% do total de toneladas disponibilizadas. Todavia, o lote seguinte, com 295.000 toneladas ofertadas, apresentou forte disputa no Rio Grande do Sul, levando a uma redução no valor do prêmio. No Paraná, a procura foi menor, ficando em 35,8% do total ofertado. Nesta ano comercial, a Conab já teria escoado 1,5 milhão de toneladas através destes leilões, num total de R$ 150 milhões para um volume disponibilizado pelo Estado de R$ 200 milhões. Assim, novos leilões deverão ocorrer no dia 15/03, com um total de 410.000 toneladas ofertadas entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário.

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