As cotações do milho em Chicago, nesta semana recheada de feriados no Brasil e nos EUA, oscilaram bastante, porém, fecharam a quinta-feira (23) praticamente nos mesmos níveis da semana anterior, com o primeiro mês cotado registrando US$ 6,39/bushel, após US$ 6,36 uma semana antes.
As exportações semanais dos EUA foram ao redor de um milhão de toneladas, quando o mercado esperava um volume ao redor de 700.000 toneladas. Além disso, a produção de etanol voltou a crescer 0,5% na semana passada nos EUA, na esteira de preços do petróleo que ultrapassaram a US$ 105,00/barril em Nova York. Enfim, além das quebras no Brasil, a Argentina voltou a rebaixar sua estimativa de safra, com a mesma estando agora entre 20,5 e 22 milhões de toneladas, contra 29 milhões inicialmente projetada.
Tem-se aí um conjunto de fatores que deram certo suporte ao mercado. A questão passa a ser agora a nova safra dos EUA e a expectativa do relatório de oferta e demanda em março (dia 09/03) e o aguardado relatório de intenção de plantio no dia 30/03.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB se manteve em US$ 265,00 e US$ 200,00 respectivamente. Na Argentina, enquanto soja e milho estão com suas áreas semeadas na totalidade, o girassol já estava com 26% da área colhida, em 16/02, contra 21% um ano antes.
No Brasil, os preços se mantiveram firmes, porém, sem muita oscilação já que a safra de verão, mesmo quebrada no Sul, está entrando no mercado. Assim, o preço de balcão gaúcho se manteve entre R$ 26,00 e R$ 27,00/saco na média semanal, com picos de R$ 30,00 a R$ 33,00. Já os lotes, no norte do Estado, se mantiveram em R$ 27,50/saco enquanto no Planalto gaúcho os valores ficaram em R$ 27,75/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 22,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 28,75/saco em Videira e Concórdia (SC).
A tendência é de o milho estacionar nesses níveis enquanto a colheita de verão acontecer, devendo subir mais logo em seguida, particularmente no Rio Grande do Sul e oeste catarinense, tendo como limite o preço do produto posto no interior, a partir de importação do Centro-Oeste e países vizinhos, lembrando que estes últimos igualmente tiveram quebras de safra importantes. A partir daí, muita coisa irá depender da safrinha futura e do volume que o país irá exportar em 2012. Pelo sim ou pelo não, o fato é que este novo ano continuará sendo de um mercado do milho pressionado para cima, elevando os custos de produção junto às carnes e leite particularmente.
Enfim, a semana terminou com as importações, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 38,67/saco para o produto dos EUA e R$ 34,77 para o produto argentino, ambos para fevereiro. Já o produto argentino, para março, ficou em R$ 34,88/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, para fevereiro, ficou em R$ 27,01/saco; março em R$ 27,33; abril em R$ 27,25; maio em R$ 27,15; junho R$ 27,14; julho R$ 25,78; agosto R$ 26,00; e setembro em R$ 26,26/saco.
Fonte: CEEMA – Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário .