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07h23

COMPORTAMENTO DA CULTURA DA SOJA FRENTE À ESTIAGEM – Parte II

O Engenheiro Agrônomo da COTRIJUI, Mário Jung, voltou a falar no Informativo do dia (12.02) sobre o comportamento da soja frente à estiagem, assunto já discorrido no dia 08 de janeiro de 2012, oportunidade em que se alertou para a necessidade de alguns tratamentos contra pragas da soja para que ela chegasse viva em fevereiro, tido como mês mais importante para a cultura da soja.

Em janeiro acreditávamos, por ser habitual, no retorno da chuva ainda no mês de fevereiro, após o ciclo de estiagem. Infelizmente não houve essa normalização. Até ocorreram chuvas em áreas localizadas, mas em outras a situação até piorou e hoje estão em estado muito crítico, e que dificilmente serão revertidos, a não ser que ocorra uma mudança do quadro de precipitação de pouca chuva para muita chuva.

Por outro lado, nas lavouras em que houve chuvas a situação é diferente. A soja reagiu bem, colocando novas brotações e florescendo em abundância, porem já começam a sofrer novamente stress hídrico, necessitando de chuvas urgentes. A partir de agora, é necessário que a soja tenha umidade constante na raiz para não abortar as vagens que está conseguindo segurar.

Aparece, em algumas previsões, que pode retornar a chuva a partir de terça ou quarta, ainda que em pouca quantidade. Devemos torcer para que o quadro se modifique ainda esse mês, já que, fevereiro é o mês decisivo. Além disso, o segundo mês do ano é marcado por um grande surto de lagartas, e é preciso uma atenção especial a elas, pois além da grande quantidade de mariposas, não vai haver o controle por inimigos naturais da lagarta devido as operações que se fizeram necessárias nas lavouras até o momento, onde tivemos um forte ataque de trips e de ácaros desde dezembro. Por essa razão aplicamos defensivos que são menos seletivos, e isso tem mantido a lavoura praticamente sem lagarta, o que impede que os inimigos naturais dela aumentem em população. Com isso, praticamente todas as lagartas que vierem a nascer acabam sobrevivendo, nos obrigando a ter uma atenção especial com elas.

Muitos produtores, ao entrar no controle do trips e do ácaro, adicionaram produtos de longo residual para a lagarta, porém, a maioria optou por outros de ação de choque que são mais baratos, o que é perfeitamente compreensivo diante do ano com tantas dúvidas quanto à produção. Em qualquer um dos casos, a atenção deve ser total. A praticamente inexistência de inimigos naturais reverte a um quadro de ataque severo, necessitando de atenção. Também é importante ressaltar que nas áreas que reagiram bem pelas chuvas e receberam as brotações novas, não estão protegidas, e, mesmo com o uso de produtos de longo residual, elas estão sujeitas ao ataque, e são justamente aquelas folhas mais macias as preferidas da lagarta da soja. As mariposas tendem a escolher as melhores lavouras, porém, como elas não voam muito longe, acabam depositando ovos por toda a lavoura, e com uma quantidade muito pequena de massa verde, poucas lagartas já gerariam grandes estragos.

Na área de atuação da COTRIJUI, muitos produtores estão em localidades onde as perdas já são acentuadas. Nos mesmos municípios, aparecem regiões que tem uma expectativa de maior produtividade e é necessário que esses produtores se mantenham alerta nesse momento, pois além das pragas, também é a hora em que aparecem doenças e, portanto, continua valendo o controle preventivo para doenças de final de ciclo e ferrugem, tomando sempre o cuidado de verificar a presença do oídio, que se manifesta com maior intensidade em anos mais secos.

Vale lembrar a todos que os custos mais altos da lavoura já foram realizados, variando de produtor para produtor, entre 13 e 18 sc/ha, e o que falta agora são os custos de proteção da lavoura, o que equivale a mais 2 ou 3 sc/ha. Outra observação a ser feita é que, quem financiou com PROAGRO, os defensivos de proteção estão orçados no projeto, portanto, caso necessário acionar esse tipo de seguro, o perito observará as perdas causadas pela estiagem e também, caso ocorram, aquelas causadas por doenças e pragas, sendo que essas últimas não tem cobertura do PROAGRO, então o produtor precisará comprovar o uso, através da nota fiscal, e também da não incidência de danos na lavoura de doenças e de pragas. Observando sempre verificar junto com o técnico a necessidade real do uso de cada produto, pois ainda não sabemos o que vem pela frente.

A COTRIJUI há anos direciona esforços no sentido de sensibilizar as autoridades para melhorar o seguro agrícola, garantindo com isso, receita no campo. Assim como o Programa de Irrigação, tem que ser menos burocrático para que avance a passos mais largos.

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