No Informativo COTRIJUI deste último domingo (22.01), o Engenheiro Agrônomo, Mario Fossati, falou sobre as características do desenvolvimento da soja, ainda que assoladas pela estiagem, alertando sobre as doenças da planta, e trazendo recomendações quanto ao manejo e as medidas preventivas que podem ser adotadas. O Engº também chamou a atenção dos produtores sobre as doenças que podem aparecer com o retorno da tão esperada chuva na região.
Nos últimos dias nossa região foi contemplada por chuvas dispersas, o que não resolve, mas serve para amenizar os efeitos da estiagem. A COTRIJUI nos últimos anos vem multiplicando cultivares de soja que respondem em potencial e habitabilidade, tornando-as cada vez mais resistentes aos efeitos do clima, como também às doenças.
Todas as instituições obtentoras tem se preocupado com a resposta em termos de rendimento e adaptabilidade da planta sob as adversidades climáticas. Uma característica pode auxiliar na análise da lavoura neste período de falta de chuvas, é o hábito de crescimento, que se divide em determinado e indeterminado. A cultivar de hábito indeterminado é aquela que mesmo após o inicio do período reprodutivo da soja, continua crescendo; a de hábito determinado é aquela que após o florescimento para o crescimento, sofrendo mais com a estiagem.
A maior parte das plantas possui habito indeterminado, o que nos traz esperança de que o quadro possa ser melhorado, pois a capacidade de recuperação delas é maior.
O produtor deve ter atenção com sua lavoura, a maior parte da região utiliza soja certificada, com maior potencialidade, então ela tem força para se recuperar da estiagem embora as chuvas não tenham ocorrido de forma abrangente. A umidade que se estabelece com o retorno das chuvas, aumenta o risco de doenças.
Antes, os produtores estavam preocupados com lagarta e ácaros na faze inicial da cultura, o que não é muito comum, mas eram favorecidos pela falta de chuvas. Agora com a volta da umidade o produtor deve ter atenção preventiva com a ferrugem asiática, bem como as doenças de final de ciclo, para que se tenha o controle do oídio, para isto é necessário o monitoramento constante da lavoura de soja, pois esses quadros podem mudar ano após ano e de cultivar para cultivar.
A baixa precipitação deixa o produtor menos preocupado com o aparecimento da ferrugem, porém deve-se levar em conta que o orvalho já suficiente para que ela se instale, trazida pelo vento de áreas que já estejam ocorrendo a doença, prejudicando a plantação. É importante lembrar também, que mesmo em anos com déficit de chuvas, as doenças de final de ciclos, também ocorreram, recomenda-se aplicação de forma mais preventiva, pois o momento mais propicio da entrada destas na lavoura, é no período reprodutivo.
PRECAUÇÕES:
Em cultivares precoces que ainda não tenham nenhum tratamento, é necessário fazer o controle não só visando a ferrugem asiática, mas também as doenças do final de ciclo, utilizando produto padrão para a ferrugem Priori Extra juntamente com seu tradicional adjuvante nimbus e com carbendazim, potencializando sua eficiência.
Em cultivares de ciclo longo visa-se o controle preventivo da ferrugem, utilizando o Priori Extra na base forte, usando-o novamente na base cheia com segunda aplicação após 15 dias em relação à primeira, podendo utilizar o carbendazim preventivamente já na primeira aplicação em plantas com tendência ao oídio, sendo que no caso de uma terceira aplicação pode se optar por monitoramento.
Mário Fossati, Engº Agrº, é Chefe Agrotécnico da Unidade da COTRIJUI de Santo Augusto/RS.