Neste período de semeadura da cultura da soja, o Departamento Técnico da COTRIJUI chama a atenção dos produtores para eventos que podem resultar em danos não previstos, como o caso das fortes chuvas que encharcam o solo, seguido de ressecamento superficial e solo encharcado novamente. Também o frio sobre um solo recém-semeado com umidade alta, propicia ataques de micro-organismos na plantação, podendo resultar em perda total.
No momento da semeadura, o produtor deve ter cuidados para não plantar muito fundo no solo, de 3 a 5 centímetros é a recomendação, pois é equivalente à planta arrastar um balde de terra para se erguer acima do solo. Aquele produtor que realizou o plantio a 8 centímetros de profundidade terá pouco ou nenhum rendimento, pois a essa profundidade se equivale à planta carregar um caminhão de terra para alcançar a superfície, causando sufocamento da mesma, essa situação piora se cair chuvas pesadas em cima da semente.
Os ventos e a baixa umidade do ar também podem impedir o bom desempenho do pulverizador contra o controle das invasoras, por esse motivo é necessário maior cuidado quanto à efetividade do produto que foi aplicado. Aqueles produtores que optam por controle sequencial deste processo obtém maior eficácia. Em caso de sobra de ervas, antes de aplicar uma mistura mais agressiva, é aconselhável consultar um técnico, principalmente sobre a cultivar escolhida pelo produtor, em função de que as respostas de fitotoxidade são consideravelmente diferentes de uma cultivar para outra.
Em se falando de pragas, a lagarta pode estar causando danos se não houve controle durante plantação de trigo e de aveia. Se ainda não foi aplicado inseticida junto à dessecação deve-se permanecer atento, porém o que mais preocupa é a quantidade de percevejo barriga verde. É necessário bastante cuidado, pois o produtor não está acostumado com essa praga consideravelmente resistente, e que diferentemente de outros percevejos atacam o caule danificando o desenvolvimento da planta e a absorção de nutrientes, água e suplementos necessários ao seu desenvolvimento. O percevejo barriga verde se alimenta da seiva, e é necessário ter cuidado, pois pode causar grandes danos a planta, pois seu objetivo é o caule. É muito resistente e requer cuidados constantes à planta.
Ainda que o produtor não tenha observado danos, é preciso atenção. Os insetos adultos migram de lavoura para lavoura, existindo a possibilidade de haverem se reproduzido e aumentado sua população nas lavouras no ano passado. Eles se encontram geralmente em baixo das hastes, local de difícil observação por parte do agricultor. Os pequenos insetos ainda não voam e permanecem percorrendo o chão em busca da soja para se alimentar. É necessário também atenção às mais diversas espécies de insetos ainda desconhecidos que podem causar danos a plantas por descuido do produtor.
Outra praga não comentada nos últimos anos é o tamanduá, desaparecido das lavouras há um bom tempo, mas que pode começar a aparecer. Seu índice populacional está evoluindo significativamente, e pelo fato de não ter incomodado nos últimos anos, o produtor se descuidou desse animal e pode voltar. A análise que o produtor deve fazer é observar a quantidade destes por metro quadrado, quando chegar de 2 a 3 já é preciso se preocupar.
Ainda que sua semente utilizada seja tratada, é necessário ficar atento aos 20 dias nos quais o efeito deste se perde, para que o descuidado não seja o culpado de baixo rendimento.
Todas estas informações foram repassadas pelo Engenheiro Agrônomo Mário Jung, no Informativo COTRIJUI do dia 20.11.
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