Realizou-se em Ijuí, no Auditório da COTRIJUI, na tarde de terça-feira, 26 de julho, reunião da Câmara Setorial do Milho do Rio Grande do Sul. O professor Dílson Bisognin, Coordenador Geral das Câmaras Setoriais e Temáticas, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi quem presidiu os trabalhos.
Entre os presentes, representantes da CONAB, IBGE, indústrias, produtores rurais, sindicatos, empresas ligadas à cultura e técnicos. A COTRIJUI participou da mesa coordenadora através do Diretor Secretário Osmildo Bieleski, que teve a seguinte pauta:
1. Tendências do Mercado Nacional e Internacional de Milho (Sr. Carlo Raupp – Pioneer Sementes do Brasil);
2. Demandas de Produção e Consumo de Milho (Sr. Ernesto Irgang – CONAB);
3. Gargalos da Cadeia Produtiva do Milho (Sr. Claudio Luis de Jesus – Apromilho/RS);
4. Assuntos gerais.
Primeiro a falar o Engº Agrº Roberto Ribeiro, Diretor Regional da Pioneer Sementes deu ênfase à chamada safrinha, afirmando que nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná já se planta mais milho neste período que no verão. E como a produtividade na safrinha é de cinco mil sacas na média, contra as dez mil sacas colhidas nos estados do sul, caracterizou o quadro nervoso do mercado da cultura a partir das quebras do milho safrinha, por geadas, atraso no plantio. Sugeriu que a própria Câmara Setorial do Milho aprofunde estudos na busca de alternativas para aumentar a produção de milho no sul, pois o custo Brasil para transferir milho do MT, por exemplo, é altíssimo, cerca de R$ 5 bilhões a cada safra.
Roberto Ribeiro também falou do potencial do verão do sul do país para produzir mais milho, citando: ambiente favorável, capacidade técnica dos agricultores, potencial genético, tecnologia moderna mais maquinário adequado, assistência técnica e estrutura de consumo. Falou que os três estados da região sul respondem por 54% da produção de suínos de todo o país, 25% do leite produzido e, junto com São Paulo, atingem o percentual de 72% da produção de frangos.
Ernesto Irgang, da CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento, mostrou em números as demandas de produção e consumo de milho no Rio Grande do Sul. A começar pela armazenagem, disse que nunca houve problema. A capacidade é de 26 milhões de toneladas, para uma produção de 28 milhões de toneladas. Informou que a previsão de consumo de milho no estado em 2012 é de l5.783.945 toneladas, o que mostrará mais uma vez equilíbrio se comparado à produção, que deverá atingir 6 milhões de toneladas.
Em seguida o produtor Cláudio de Jesus, Presidente da APROMILHO RS – Associação dos Produtores de Milho do RS abordou alguns aspectos favoráveis para a produção, citando: fertilidade e manejo do solo, assistência técnica, irrigação, plantio direto, genética de sementes (biotecnologia), Proagro (seguro) e tratamento de sementes. Relacionou, sob seu ponto de vista, os fatores que dificultam aumentar a produtividade da cultura no estado: instabilidade de preço na hora da colheita; falta de áreas irrigadas; seguro específico para a cultura; ao programa troca X troca de sementes, que segundo ele precisa ser melhorado.
Ao final, o Coordenador Dílson Bisognin resumiu, diante das sugestões do debate, os encaminhamentos que a Câmara Setorial do Milho deverá tomar, começando por sugerir garantias de estoque e abastecimento de milho durante o ano inteiro, inclusive na construção de uma proposta de organização da Cadeia do Milho como um todo.