A direção do Banco do Brasil autorizou algumas agências localizadas em regiões produtoras de trigo a estenderem o prazo de pagamento de dívidas de produtores que têm vencimento no mês de novembro. "Em localidades onde os preços pagos aos produtores estiverem abaixo do mínimo estipulado pelo governo as agências estão autorizadas a concederem mais 30 dias para o pagamento de dívidas", afirma Ricardo Conceição, vice-presidente de Agronegócios do banco. Apesar da queda nos preços do trigo e das commodities em geral, o Banco do Brasil não acredita que a inadimplência da carteira agrícola do banco cresça na próxima safra. "Ainda não temos o fechamento da safra 2003/04, mas na safra 2002/03 o índice de inadimplência registrado na carteira foi inferior a 0,5%", afirma Conceição. Nível de inadimplência Na opinião do executivo, o nível de inadimplência deverá ser mantido tanto na safra 2003/04, quando no plantio da próxima safra que já teve início em algumas regiões. "Se estivéssemos prevendo aumento da inadimplência não teríamos ampliado a oferta de crédito para a safra 2004/05", explica Conceição. A queda nas cotações de trigo no mercado interno já fez com que o governo anunciasse uma série de medidas para auxiliar na comercialização do grão. O Ministério da Agricultura tomou medidas para apoiar a comercialização de 1,6 milhão de toneladas de trigo por meio de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), compras diretas por meio de Aquisições do Governo Federal (AGF) e lançamento de contratos de opção de venda. A expectativa é que as medidas sustentem os preços de cerca de 30% da produção.