Na corrida para prevenir e controlar a epidemia de ferrugem, cientistas buscam entender melhor como os fungos que provocam a doença afetam os cultivos e como essa virulência evolui. Os pesquisadores estão usando as mais recentes tecnologias de sequenciamento de genomas para entender sua adaptação para superar a resistência em diferentes variedades de cultivos.
Os resultados foram divulgados em duas publicações da revista mBio, pertencente à Sociedade Americana de Microbiologia, por cientistas parceiros da Universidade do Minnesota, do Laboratório de Doenças de Cereais do USDA, da Universidade Nacional da Austrália, da Organização para Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade Britânica e a Universidade de Sydney.
Cereais e outros importantes cultivos como café, cana-de-açúcar e soja são impactados por patógenos devastadores da ferrugem. As abordagens tradicionais usando fungicidas podem ser caras e apresentam custos ambientais e de saúde.
A resistência genética no desenvolvimento de cultivos é frequentemente a melhor estratégia de manejo de doença para prevenir um surto de ferrugem. Por outro lado, a resistência genética em variedades de cultivos é frequentemente derrotada pela emergência de novas estirpes de ferrugem, tornando uma variedade planta resistente a uma completamente vulnerável.
A equipe de pesquisa americano-australiana agora gerou o primeiro haplótipo que resolveu sequências genômicas para os fungos da ferrugem que causam a doenças com a ferrugem do colmo, um dos patógenos mais destrutivos do trigo. “Como humanos, os fungos contêm duas cópias de cada cromossomo, que faz com que a genética deles seja mais complicada que outros tipos de fungos”, disse a professora-assistente Melania Figueroa da Universidade do Minnesota.
Ela foi uma das líderes do esforço de sequenciamento do fungo P. coronata f. s. avenae junto com Sharyar Kianian, pesquisador líder do Laboratório do Centro de Doenças em Cereais do USDA e professor-adjunto da Universidade do Minnesota. “Um grande avanço desse trabalho é que pela primeira vez montagens de genomas separadas refletem tanto o tamanho das duas cópias de cromossomos na ferrugem.
Em paralelo, o bolsista de pós-doutorado Benjamin Schwessinger e o professor John Rathjen da Universidade Nacional da Austrália aplicaram abordagens similares para desenvovler uma montagem de genoma do fungo P. striiformis f. sp. Tritici. As duas equipes foram capazes de combinar as tecnologias e conhecimentos para chegar a essas descobertas muito mais rapidamente. Os estudos representam uma descoberta em uma patologia de plantas como mostram como a diversidade genética entre duas cópias de cromossomos podem influenciar a emergência de novas estirpes virulentas de patógenos.
Fonte: Agrolink