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13h57

Soja: Diversidades entre probabilidades climaticas para America do Sul vai ser chave do mercado

As divergências para o clima na América do Sul começam a ficar cada vez mais evidentes e poderão ser um ponto-chave para o mercado internacional da soja. As incertezas ainda não se tornaram ameaças, porém, as melhores chances de chuvas para a Argentina, por exemplo, são esperadas somente para a segunda quinzena do mês. 

"Até o dia 14 de janeiro, as precipitações estão bem escassas para a Argentina, com as melhores chances de chuvas generalizadas somente a partir do dia 15. E mesmo assim, nem todos os modelos climáticos têm confirmado tais projeções", explica o analista de mercado da AgResource Mercosul (ARC), Matheus Pereira. 

 

A consultoria internacional trabalha com três principais modelos climáticos: americano, europeu e canadense. E entre eles, nos intervalos dos próximos 1 a 5, 5 a 10 e 10 a 15 dias, as informações são diferentes,.

Os volumes esperados de chuva, principalmente para o período de 7 a 12 de janeiro, devem ser reduzidos intensamente, além das precipitações poderem chegar atrasadas às regiões produtoras do país. 

"As previsões possuem grande divergência, diminuindo a confiança. Além do mais, assim como ressaltado pela ARC, com a presença do La Niña em janeiro, as projeções meteorológicas tenderiam para um cenário mais árido sobre a Argentina e o Rio Grande do Sul', diz. 

Com essas condições, e as chuvas ainda muito irregulares Argentina a fora, o plantio da soja e do milho seguem bastante atrasados, com cerca de 5 milhões de hectares ainda a serem cultivados. 

Previsões do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país trazem previsões que mostram boas chuvas chegando às áreas produtoras da Argentina em 10 dias. No entanto, o boletim da organização dá conta ainda de que essas precipitações seriam insuficientes para melhorar o balanço hídrico deficitário em várias regiões.

"Há poucas chances de chuvas para sexta-feira ou sábado e, se há, estas seriam deficitárias", disse Pablo Mercuri, diretor do Centro de Pesquisa de Recursos Naturais do INTA ao La Nación.

Nas últimas 24 horas, de acordo com informações do Inmet apuradas pelo Commodity Weather Group (CWG), as chuvas não cobriram 10% da área de soja e milho da Argentina, ao mesmo tempo em que chegaram a algo entre 30% e 40% no Brasil, com os menores volumes sendo registados no sul do Rio Grande do Sul e na área do Matopiba. 

Entre as previsões do CWG, o período mais crítico será o que mostra chuvas bem abaixo da média entre os próximos 1 a 5 dias, como mostram as figuras abaixo. "A umidade do sul do Brasil e da Argentina cai de forma considerável na primeira metade da semana que vem", diz o boletim diário do instituto. 

Ademais, o Commodity Weather Group afirma que "cerca de metade da área de soja e milho da Argentina e, aproximadamente, 15% da brasileira irão necessitar dessas chuvas do meio de janeiro, porém, o alívio é esperado, até esse momento, somente para a região de Buenos Aires". 
 
Na previsão mais alongada - dos próximos 16 a 30 dias - as chuvas ainda seguem escassas na Argentina, abaixo da média nas principais regiões produtoras. 

No Brasil, um dos pontos de mais atenção entre os traders é o sul do Brasil, especialmente o excesso de chuva que foi registrado no Paraná nos últimos dias. O acumulado das precipitações, somente nesta terça-feira (2), passou de 100 mm e algumas partes do estado. Nos últimos 10 dias, esse número passa de 300 mm em pontos do oeste paranaense. 

 

Entretanto, segundo o meteorologia do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Luiz Renato Lazinski, as chuvas começam a diminuir de forma considerável nos próximos dias no Paraná, trazendo tempo mais firme nos próximos 4 a 5 dias. E essa é uma condição, de acordo com o especialista, que deverá ser observada em toda a região Centro-Sul do Brasil. 

Como explica Lazinski, essa irregularidade das chuvas é uma característica típica de anos de La Niña e deverá ainda ser observada durante todo o desenvolvimento da safra brasileira de verão. "Durante novembro e os primeiros 20 dias de dezembro as chuvas ficaram bem abaixo da média no Paraná, por exemplo, e essas chuvas vieram depois", diz. 

Um boletim da Climatempo mostra que "na metade sul do Rio Grande do Sul, a ausência de chuvas regulares e, sobretudo, em bons volumes, já tem causado perdas localizadas em várias lavouras de soja".

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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