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10h01

Conab sugere redução do cultivo de milho

Os preços do milho vão continuar sendo pressionados para baixo no ano que vem se não houver redução significativa da produção brasileira do grão. O alerta foi emitido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no estudo “Perspectivas para a Agropecuária, Safra 2017/2018”, concluído na semana passada. O estoque de passagem de milho, da safra 2016/2017 para a de 2017/2018, está estimado em 21,6 milhões de toneladas e é o maior da história. O texto recomenda que o produtores diminuam a extensão das lavouras de milho, principalmente na primeira safra, e optem pela soja que, aparentemente, é mais rentável.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) calcula que os brasileiros vão colher 95 milhões de toneladas de milho na safra que está iniciando. O volume é próximo ao de 97 milhões de toneladas do ciclo anterior, encerrado em junho. A Conab adverte que, para se tornar rentável, a produção terá de ser inferior a 90 milhões de toneladas, o que não acontecerá se a área plantada encolher apenas de 2% a 5%, conforme tem sido projetado pelo mercado, e nem mesmo se a perspectiva de aumento de 3% no consumo do grão se concretizar.

O presidente da Fecoagro, Paulo Pires, discorda da recomendação da Conab. Para ele, o governo deveria desestimular a produção somente no Centro-Oeste do país, onde foram aplicadas grandes quantias de recursos públicos para o escoamento do grão. “No Rio Grande do Sul, o milho é estratégico”, ressalta. “O que tem que ser repensado são os incentivos dados ao Mato Grosso.”

 

Arroz

Já no caso do arroz, que está com preço em baixa, a Conab espera recuperação no segundo semestre e na entressafra. Na análise feita para a Região Sul, a rentabilidade prevista para o ciclo de 2017/18 é de um lucro de 3,8%, superior ao de 0,3% da última safra. A companhia alerta que, quanto maior for a produção, menor será o preço pago pelo grão, já que o estoque atual é maior que o do ano passado. Na Expointer, o Irga divulgou que os gaúchos têm intenção de plantar 3% menos, o que significaria uma redução de 33 mil hectares. No entanto, a Federarroz vem recomendando uma redução de pelo menos 150 mil hectares no Estado.

 

Fonte: Correio do Povo

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