O feriado do dia 4 de julho é sempre um marco para o mercado de grãos na Bolsa de Chicago, com os negócios sendo retomados nesta quarta-feira (5) com volatilidade e muita especulação. Trata-se, afinal, do início efetivo do desenvolvimento das lavouras norte-americanas.
"Esse dia costuma ser um divisor de tendências. Afinal, esse é um período em que os trabalhos de plantio já findaram, que se tem uma melhor noção da área e o mercado se foca então no clima nos Estados Unidos", explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora.
E sobre o clima, as preocupações começam a aumentar. As adversidades que vêm sendo sentidas, principalmente, pelo trigo já chegam aos preços dos grãos praticados na Bolsa de Chicago.
"Essa bolha seca nas Planícies do Norte chama a atenção do mercado para a atuação dos fundos, que ainda estão bem vendidos. E a continuidade dessa bolha em uma janela de definição de safra pode servir de combustível para os fundos aliviarem essas posições vendidas", acredita Andrea.
Ainda segundo a analista, a atuação dos fundos deverá ser também influenciada por outros fatores como a demanda, a política mundial, as relações EUA x China e EUA x México, o clima na Europa, mas mesmo assim, a concentração "deve ser no clima norte-americano".
E ainda na quarta-feira (5), chega o novo reporte semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizando os índices de condições das lavouras. Na última semana, a soja registrou 66% de plantações boas ou excelentes e o milho, 67%.
Previsão do Tempo
Nestes últimos dias, as previsões mais atualizadas começam a indicar um padrão já menos favorável para o desenvolvimento da safra 2017/18 no Meio-Oeste americano.
"A massa de ar quente sobre o oeste do país, assim como previsto anteriormente, se desloca para o Centro Norte do país, oferecendo um padrão com chuvas irregulares, com baixos índices pluviométricos e temperaturas um pouco acima da média para os próximos 10-15 dias", explica a consultoria AgResource Brasil.
Os últimos mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos Estados Unidos, mostram que algumas chuvas bem volumosas são esperadas para os próximos 5 e 7 dias, como ilustram os mapas na sequência. Apesar disso, os maiores acumulados - na casa de 44 a até 76 mm - estão mais concentradas na costa Leste dos Estados Unidos.
"O mês de julho é de extrema importância para a definição produtiva da soja e milho, princi- palmente no Cinturão Agrícola. Chuvas e temperaturas amenas são de extrema importância para as culturas, que entram em estádio de desenvolvimento reprodutivo durante o mês. A AgResource se torna ainda mais confiante em afirmar um julho com temperaturas mais quentes e chuvas abaixo da média", diz a consultoria.
Previsões mais alongadas trazidas pelo Commodity Weather Group indicam chuvas abaixo da média para essa época nos intervalos dos próximos 1 a 5, 6 a 10 e 11 a 15 dias no Meio-Oeste. As temperaturas, por outro lado, podem ficar acima do normal, com estados registrando dias com mais de 32ºC.
Fonte: Notícias Agrícolas