Todo cuidado é pouco quando se faz uma projeção sobre a colheita que está por vir. Uma simples virada do tempo pode representar a diferença entre safra farta e quebra. Mas se o clima continuar se comportando bem, a produção de soja do Rio Grande do Sul tem tudo para surpreender – ainda mais – positivamente. Fevereiro é o mês decisivo para cultura, quando ocorre o enchimento dos grãos.
– Estamos no período definidor. Se as condições climáticas persistirem, teremos uma bela safra. O tempo tem colaborado – afirma Alencar Rugeri, assistente técnico estadual da Emater.
O órgão projetou volume de 15,84 milhões de toneladas, 2,11% a menos do que em 2016. Presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS), Luis Fernando Fucks estima que, se as condições se mantiverem favoráveis, a produção poderá ser melhor do que a do último ciclo.
– A precipitação é essencial para o período de enchimento de grãos. É como uma gestação. No terço final do processo é que se agrega mais massa ao grão. A chuva é importante em todos os estágios, mas nesse período, acrescenta peso – compara Fucks.
Previsões para a primeira quinzena indicam que a soja terá o que é necessário. Conforme Evandro Magalhães, meteorologista da Somar, o período será de chuva acima da média em ¿praticamente todo o Rio Grande do Sul¿. No Norte, próximo à divisa com Santa Catarina, as precipitações deverão ficar na média, entre cem milímetros e 130 milímetros. Nas outras áreas, projeta-se pelo menos 60 milímetros acima da média.
Camila Ramos, meteorologista da Climatempo, explica que haverá um sistema de baixa pressão se formando entre o Brasil e a Argentina, o que trará "bastante chuva entre a primeira e a segunda semana de fevereiro ao Estado". Para depois, no entanto, o prognóstico é outro.
– Quando esse sistema de baixa pressão passar, teremos dias de mais sol – acrescenta Camila.
Até o momento, a ocorrência de pragas nas lavouras tem sido em um patamar reduzido, segundo Rugeri, que avalia:
– Ao fazer aplicações preventivas nesse momento, o produtor está desperdiçando recursos.
Fonte: Notícias Agrícolas