O Brasil diminuiu em 10% a participação argentina em suas importações de trigo neste ano de 2016, resultado de uma queda de 100 mil toneladas no volume de desembarques (de 3,614 milhões de toneladas em 2015 para 3,513 Mt em 2016). Com isso, a fatia do país vizinho caiu de 76,8% para 57,1% no conjunto das importações brasileiras, aponta a Consultoria Trigo & Farinhas.
No entanto, apesar da retração, a Argentina continua sendo imbatível no volume fornecido ao Brasil, mantendo-se como nosso principal fornecedor de trigo. Em 2016 o Brasil aumentou em 1.446.575 toneladas as suas exportações, passando de 4,7 milhões de toneladas para 6,5 milhões de toneladas. A diferença é que a participação dos Estados Unidos e do Paraguai aumentaram significativamente (166% os EUA e 131% o Paraguai)
“A razão não foi preço, mas a qualidade, porque a safra 2015/16 do país [vizinho] foi atingida pelos mesmos fenômenos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul, fazendo com que seu nível de proteína, por exemplo, não ultrapassasse 12% (algo que deverá ser superado na safra 2016/17), obrigando os moinhos brasileiros a buscarem trigo melhorador em outras origens (EUA, Canadá e Paraguai)”, explica o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
De acordo com o especialista, outro fator a considerar é o custo de produção de trigo no Brasil, que está em cerca de R$ 1.620 por hectare no RS e R$ 1.830 por hectare no PR. Os gaúchos têm o mesmo custo argentino, mas devido às condições de solo e clima do país vizinho, produz um trigo melhor. “Note também que a distância média de entrega do trigo nos portos argentinos é de 130 km e no Brasil é de 500 km. Tudo isto diminui o custo argentino e aumenta a sua lucratividade”, conclui Pacheco.
Fonte: Notícias Agrícolas