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16h51

Milho: exportações frustram e preços despencam. Importações em alta pioram a situação. Qual a tendência?

Desde julho deste ano, tornou-se evidente que o segundo semestre e principalmente os primeiros dois meses de 2017 seriam de alta para o milho. Embora os preços tivessem até esboçado uma reação tímida em outubro, em novembro todas as praças pesquisadas registraram quedas nada modestas, entre 3% e 18%.

 

 

OFERTA E DEMANDA

Mensalmente a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) publica seu tradicional relatório, intitulado Levantamento de Safra. Acompanhe abaixo um resumo dos últimos três Levantamentos de Safra e as principais variações, que mudaram completamente o cenário de alta que esperava-se:

 

 

Principais mudanças:

1-) IMPORTAÇÃO: O volume a ser importado pelo Brasil subiu de 1,5 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas entre SETEMBRO deste ano e NOVEMBRO. Uma alta de 68%! Importante ressaltar que aumento das importações são efetivamente, aumento de OFERTA! E quando temos aumento de oferta à tendência natural dos preços é recuarem, principalmente quando coincide com uma retração da demanda.

2-) EXPORTAÇÃO: As exportações não estão “performando” como o mercado esperava. Enquanto as projeções das importações aumentaram 68% em apenas 90 dias, as projeções de exportações cederam 7,5%. E essa combinação de aumento de oferta e diminuição de demanda é cruel para a formação doa preços

MAIS IMPORTAÇÃO E MENOS EXPORTAÇÃO = MAIOR OFERTA INTERNA

3-) ESTOQUE FINAL:  Os estoques de passagem da safra 2015/16 para a safra 2016/17 subiram de 5,45 milhões de toneladas para 7,28 milhões, um aumento de 34,4%! A autonomia de consumo para a virada da safra 2015/16; 2016/17 que eram de 26 dias passou para 37 dias.

 

  

CONCLUSÕES:

1-) A 1ª safra foi plantada com êxito e sem nenhum problema climático. Está se desenvolvendo bem com indícios de produtividade elevada. Se não houver nenhum problema climático até a colheita, com os benefícios do La Niña instalado, pode-se dizer que milho não faltará e que as importações deverão estar drasticamente reduzidas em 2017.

2-) As exportações “empacaram” e isso deu fôlego para o consumo interno que não tem mais concorrência na hora de comprar o cereal. Os motivos para a falta de demanda externa tem sido a eleição de Donald Trump, que tem feito com que tradicionais compradores de milho antecipem suas compras temendo possíveis retaliações políticas. Já o segundo fator é a super safra americana. Com os altos estoques e dificuldade de armazenagem interna os EUA estão bem agressivos em fechar negócio e dar vazão à safra nova.

3-) Os primeiros lotes a serem colhidos da safra 2016/17 geralmente são esperados para primeira quinzena de fevereiro. A colheita mesmo toma volume em março. Fica difícil acreditar neste momento que teremos, descontando um problema climático, alguma oportunidade de reversão do ciclo de baixa das cotações. Contra a força da oferta e da demanda não existe cotações que se mantenham. É hora de pensar em fixar a sua safra e principalmente, ficar muito atento aos custos e compromissos a serem contratados para a safrinha.

Fonte: Canal Rural

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