O resultado do Ensaio de Cultivares em Rede para a soja da safra 2016/2016 foi divulgado ontem pelo Sistema Farsul e Fundação Pró-Sementes. Pela primeira vez, o estudo avaliou o desempenho das variedades em três épocas de plantio. Foram analisadas 46 das 76 cultivares que, segundo o Ministério da Agricultura, estão sendo multiplicadas no Rio Grande do Sul.
O melhor desempenho foi o do experimento feito em Cachoeira do Sul, na segunda época de semeadura, com a cultivar 6563 RSF IPRO, que alcançou uma produtividade de 7,1 mil quilos, o equivalente a 119 sacas, por hectare. É mais do que o dobro da média estadual de 2,9 mil quilos, ou 49 sacas por hectare, da última safra. “Nem todas as cultivares produzem da mesma maneira em diferentes locais e nem todas produzem da mesma maneira plantadas na abertura, no meio e no fechamento do período”, explica o diretor da Fundação Pró-Sementes, José Hennigen.
O maior rendimento médio por local foi observado em Cachoeira do Sul, com uma produtividade de 5,8 mil quilos por hectare na terceira época de plantio, com semeadura no mês de dezembro. Porém, em todos os demais locais, as melhores produtividades foram constatadas na primeira época de semeadura, entre outubro e novembro. Segundo a gestora de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação, Kassiana Kehl, o desempenho obtido na terceira época em algumas regiões não aponta tendência de ampliação da safrinha de soja no Estado. Ela lembra que, em 2016, houve geada em maio, o que representaria um risco para o grão a ser colhido no período.
A escolha errada da semente pode virar prejuízo para o produtor. Em Vacaria, por exemplo, a Fundação Pró-Sementes calculou uma diferença de 29,4 sacas hectare entre dois materiais diferentes, na mesma época de semeadura. O presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, ressaltou que, embora as produtividades alcançadas no estudo não sejam exatamente os índices de campo, os ensaios demonstram o potencial produtivo das lavouras gaúchas.
Fonte: Correio do Povo