NÚMEROS DA FERRUGEM NO PAÍS
Até o dia 27 de janeiro foram registrados 1206 focos da ferrugem asiática em lavouras comerciais no Brasil. A maioria (62%) se concentra ainda nos estados do Centro-Oeste (GO, MT e MS) (Fig. 1). Na região norte-nordeste, no período de 19/01 a 27/01, houve cinco novos relatos na BA e a primeira detecção da doença em lavoura comercial em TO, no município de Alvorada. Na região Sul, o maior incremento no número de relatos no período foi no RS (125), seguido do PR (36) e SC (22).
REGIÃO SUL
O risco climático variou de alto a muito alto para praticamente todas as regiões produtoras no mês de janeiro, exceto no oeste do PR. Tal condição explica o grande número de relatos no mês de janeiro para o RS principalmente, onde a doença se espalhou de forma antecipada como nenhuma outra safra. O prognóstico para 10 dias indica um cenário de moderado risco para o RS e de alto risco no PR, principalmente no sudeste e sudoeste do estado. Menor volume de precipitação é esperado em regiões do oeste do PR. Em locais onde a primeira aplicação já foi realizada, a necessidade de reaplicações deve ser baseada na data da última aplicação e estádio fenológico da lavoura, uma vez que de maneira geral o risco para os próximos 10 dias mantém-se entre moderado a alto.
COMENTÁRIO GERAL E POTENCIAL DE PERDAS NA SAFRA
O risco para ocorrência de epidemias e potencial perda pela ferrugem na safra atual continuam altos, de maneira geral, especialmente comparando-se com as duas safras anteriores. O risco continua baixo na região Norte e Nordeste. Nas demais regiões, a ferrugem está plenamente estabelecida e evoluindo conforme as condições de clima predominante. Os números de focos do site, nas regiões onde se iniciam a colheita, passam a ser irreais devido à multiplicação do fungo nessas lavouras e disseminação para as lavouras mais atrasadas, ocasionando uma generalização na ocorrência da doença. Para as lavouras semeadas no início da época recomendada o manejo correto dos fungicidas tem mantido a doença em baixos níveis de severidade em várias regiões. Nas regiões com alto risco climático de epidemias as lavouras semeadas mais tarde deverão sofrer uma maior pressão de inoculo, que se multiplica nas lavouras que estão sendo colhidas, podendo levar a uma redução no intervalo de aplicações. Para as lavouras que ainda necessitam de aplicações de fungicida deve-se priorizar a utilização de misturas prontas de triazóis e estrobilurinas. É importante ressaltar que essas têm baixa eficiência no controle de mancha alvo e antracnose. Os intervalos para as reaplicações devem ser reavaliados para cada situação, principalmente nas regiões com previsões de alto risco climático e com maior pressão de inóculo proveniente de epidemias detectadas nas primeiras semeaduras.
Fonte: Informativo de risco - Consórcio Anti Ferrugem - Ano 1, n. 4, Janeiro 2010