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15h58

Alternativa para o confinamento de vacas leiteiras

A introdução de animais com elevado padrão genético e zootécnico tem contribuído para o aumento da produtividade dos rebanhos leiteiros no Brasil. Não obstante, o manejo ambiental associa-se a este contexto com a finalidade de maximizar o bem-estar animal, em função da influência dos atributos climáticos, resultando no aumento da produção, permitindo que seu desempenho alcance os níveis esperados.

Frente ao exposto, a COTRIJUI mantém a tradição do pioneirismo, mais uma vez, trazendo a inovação tecnológica ao setor leiteiro na região noroeste do estado gaúcho, introduzindo um novo conceito no sistema de produção, o Compost barn, ou seja, estábulo de compostagem. Esta modalidade é uma alternativa do sistema loose housing, que ainda não é muito praticada no Brasil, mas vem crescendo através do incentivo de cooperativas e médicos veterinários capacitados.

Em suma, o sistema compreende uma área de cama comum formada por maravalha, serragem ou outras alternativas regionais, como a casca de arroz. O foco principal é o conforto animal; redução dos problemas de casco; menor incidência de ectoparasitas; maior facilidade de manifestação de cios, com melhor detecção destes; aumento da qualidade do leite; redução da contagem de células somáticas e menor incidência de mastite, através do controle da mastite ambiental e carga microbiológica da cama, além de incrementar a imunocompetência do animal, uma vez que os níveis de estresse são menores, reduzindo a liberação de cortisol. Os autores BUCKLIN et al., 1991; COLLIER et al., 2006 e PERISSINOTTO et al., 2006, demonstraram que houve um aumento de 7,1% e 15% na produtividade de vacas holandesas, nos EUA e Israel, respectivamente.

O galpão pode ser planejado com uma área de 10 m²/animal, considerando que a vaca esteja produzindo 25 L de leite/dia, caso a produção ultrapasse esses valores, deve considerar-se o acréscimo de 1 m² para cada 12 L de aumento da média, isso ocorre pelo aumento da ingestão de água e alimento, resultando em maior produção de dejetos. O pé direito deve ser alto, proporcionando uma boa ventilação, favorecendo a perda da umidade e eliminação dos gases produzidos pela decomposição da cama; para melhorar a ventilação e aeração, aposta-se na utilização de ventiladores. A pista de alimentação deve conter cochos de 0,6 a 0,75 m/vaca.

A compostagem consiste na produção de dióxido de carbono, água e calor através da fermentação aeróbica da matéria orgânica. Os elementos químicos para a reação, como carbono, nitrogênio, água, microrganismos são oriundos dos excrementos, já o oxigênio é obtido através da aeração diária da cama. O sucesso da compostagem está diretamente relacionado a manutenção do oxigênio; água; temperatura a 30 cm da superfície, que deve ser de 54 – 65ºC; matéria orgânica e atividade microbiana, tudo isso resultará na redução de microrganismos patogênicos. Outra questão interessante, é a possibilidade de venda ou reaproveitamento do compôs orgânico gerado na cama como adubo em culturas agrícolas.

A escolha das instalações deve estar esteada no nível de intensificação desejado, potencial genético do rebanho, disponibilidade de capital do produtor; tudo isso culminará com aumento da sanidade, qualidade do leite, bem-estar animal e a renda.

O texto é de autoria de Giancarlo Rieger, estagiário em Medicina Veterinária, e Daniel Sarturi, Médico Veterinário da Unidade de Augusto Pestana.

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