O Brasil exportou 607,5 mil toneladas de carne suína em 2009, 14,75% mais do que as 529.418 toneladas do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). O volume cresceu, apesar da crise financeira e da epidemia global de gripe A (H1N1), que foi popularmente chamada de gripe suína.
A crise, porém, não poupou os preços do produto no mercado internacional e o resultado foi uma redução de 17,09% na receita com as vendas: de US$ 1,479 bilhão em 2008 para US$ 1,226 bilhão ano passado. O preço médio no ano despencou em relação a 2008: saiu de US$ 2.794 para US$ 2.019, um recuo de 27,74%. O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, também aponta a valorização do real ante o dólar como outro fator negativo para as exportações.
A expectativa de Camargo Neto é de estabilidade nos volumes exportados em 2010, mas com preços melhores que os vistos no ano passado. "Começou a melhorar e continua melhorando", diz.
Segundo ele, a nova cota da Rússia para a carne suína "melhora um pouco" a situação do Brasil. Em dezembro, o governo russo publicou as novas cotas para a importação de carnes e elevou de 177.500 toneladas em 2009 para 189.600 toneladas este ano a cota destinada a "outros países", na qual o Brasil se insere.
Há anos, o Brasil tenta reduzir a dependência do mercado russo, o principal cliente da carne suína brasileira. No ano que passou, a Rússia respondeu por uma fatia de 44% dos volumes embarcados pelo Brasil - em 2005, a fatia era de 65%. Já Hong Kong, o segundo mercado para a carne suína brasileira, saiu de uma fatia de 10% para 20% entre 2005 e 2009, segundo a Abipecs.
O levantamento também mostrou que as exportações ficaram praticamente estacionadas na casa das 600 mil toneladas no período. O mesmo aconteceu com a receita, na casa do US$ 1,2 bilhão.
A expectativa de Camargo Neto é de abrir novos mercados este ano, como a União Europeia. Ele também acredita que até o fim de 2010 Japão ou China ou Coreia do Sul autorizem a importação do produto brasileiro. (AAR)
Fonte: Valor Econômico